Após STF soltar Dirceu, Marina diz temer futuro da Lava Jato

Na terça-feira, 26, a 2ª Turma da Corte concedeu liberdade ao ex-ministro

27 jun 2018 - 02h54
(atualizado às 11h53)

A pré-candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, afirmou temer que as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) enfraqueçam as investigações da Operação Lava Jato. Na terça-feira, 26, a 2ª Turma da Corte concedeu liberdade ao ex-ministro José Dirceu (PT).

"A Justiça tem os seus parâmetros. Obviamente que nós temos que ter todos os cuidados para que não se tenha nenhuma situação de enfraquecer o trabalho que vem sendo feito de combate à corrupção pela Lava Jato", afirmou após participar de um evento em Brasília.

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Pré-candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, participa de evento com presidenciáveis em São Paulo
Pré-candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, participa de evento com presidenciáveis em São Paulo
Foto: Paulo Whitaker / Reuters

Para a ex-ministra, é necessário estar atento para que o País não caminhe para uma insegurança jurídica. "Neste momento eu tenho um temor em relação às investidas que vêm sendo feitas por diversos partidos para o enfraquecimento da Lava Jato", disse.

Ela também defendeu que não é correto que novas jurisprudências sejam firmadas de acordo com o réu, mas evitou comentar o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também está preso pela Lava Jato. "Não se pode criar uma regra de acordo com quem está sendo julgado."

Governabilidade

Em seu discurso, Marina voltou a rebater as críticas de que não teria capacidade de governar e negociar com o Congresso caso seja eleita. "Mas ela só tem dois deputados e um senador. Como vai governar? Por que ninguém pergunta por que os que têm 300 deputados não governam?", disse citando o governo do presidente Michel Temer e da ex-presidente Dilma Rousseff.

"Nosso problema não é governar, nosso problema é ganhar. Porque se ganharmos nós vamos fazer um grande governo", disse.

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Ela também afirmou que não vai fazer uma campanha baseada na desconstrução da imagem dos seus adversários, e sim na apresentação de propostas. "Não espere de mim que eu vá agredir para destruir o (Jair) Bolsonaro. Eu vou debater as ideias que ele tem. Não espere que eu vá aproveitar de qualquer circunstância para desconstruir Ciro (Gomes), (Geraldo) Alckmin. Até porque, ninguém governa sozinho", afirmou.

Marina participou nesta terça-feira do lançamento da candidatura a deputado distrital de um de seus aliados, o advogado André Lima (Rede-DF). Em clima de festa junina, o evento vendeu caldos e canjica, ao custo de R$ 3 e R$ 2. Também houve declamação de poemas e uma apresentação musical.

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