Araújo diz que reação de embaixador chinês foi inaceitável

Ernesto Araújo declarou que posição de Eduardo Bolsonaro não reflete a do governo. Embaixador da China no Brasil exigiu pedido de desculpa.

19 mar 2020 - 15h08
(atualizado às 15h27)
DF - ERNESTO ARAUJO-MINISTRO - POLÍTICA - o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo..- Foto: RENATO COSTA /FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
DF - ERNESTO ARAUJO-MINISTRO - POLÍTICA - o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo..- Foto: RENATO COSTA /FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Foto: RENATO COSTA /FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO / Estadão Conteúdo

O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, publicou em sua conta no Twitter uma nota assinada por ele na qual aponta que a posição do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) não reflete a do governo, no episódio em que críticas do parlamentar causaram reação indignada do embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.

Para o chanceler brasileiro, a reação de Yang foi "desproporcional" e feriu "a boa prática diplomática", de forma que o governo brasileiro espera agora uma retratação por parte do embaixador da China. Apesar de ter ressalvado que o deputado não "ofendeu o chefe de Estado chinês", Araújo disse também que as críticas do filho do presidente Jair Bolsonaro à China "não refletem a posição do governo brasileiro".

Publicidade

As críticas do deputado Eduardo Bolsonaro à China, feitas também em postagens na noite de quarta-feira, 18, não refletem a posição do governo brasileiro. Cabe lembrar, entretanto, que em nenhum momento ele ofendeu o chefe de Estado chinês. A reação do Embaixador foi, assim, desproporcional e feriu a boa prática diplomática", escreveu Araújo.

Na quarta-feira, 18, o embaixador chinês reagiu indignado a uma publicação de Eduardo Bolsonaro na qual o deputado afirma que a culpa do alastramento do novo coronavírus é da China, que teria controlado informações e não trabalhado desde o início para conter a disseminação do vírus.

"A parte chinesa repudia veementemente as suas palavras, e exige que as retire imediatamente e peça uma desculpa ao povo chinês. Vou protestar e manifestar a nossa indignação junto ao Itamaraty e a Câmara dos Deputados", respondeu Yang Wanming.

O episódio fez com que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) pedisse desculpas por meio do Twitter ao embaixador e à China. "Em nome da Câmara dos Deputados, peço desculpas à China e ao embaixador Yang Wanming pelas palavras irrefletidas do Deputado Eduardo Bolsonaro", tuitou Maia.

Publicidade
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações