Um dos autores do pedido de habeas corpus para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) de manter o petista na prisão. Em entrevista à Rádio Eldorado nesta segunda-feira, 9, o parlamentar também acusou o juiz federal Sérgio Moro e os desembargadores Thompson Flores e João Pedro Gebran, que impediram a soltura de Lula, de obstruir a Justiça.
Pimenta reprovou ainda a ação da Polícia Federal, que não cumpriu imediatamente o despacho do desembargador Rogério Favreto, plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que determinou a saída do ex-presidente da prisão. "Foi uma manobra ilegal com participação direta do Sérgio Moro. O juiz e os desembargadores passaram a atuar como se fossem promotores e abriram uma guerra judicial", afirmou.
O parlamentar confirmou que conhecia Favreto, que foi filiado ao PT de 1991 a 2010, mas não respondeu se sabia que o desembargador estava de plantão quando impetrou o habeas corpus. Pimenta diminuiu as ligações partidárias de Favreto. "O ministro Alexandre de Moraes concede habeas corpus o tempo todo e ele tem uma vida ligada ao PSDB. O Gilmar Mendes foi Advogado-Geral da União do FHC. Não me recordo de algum juiz ou delegado que se negou a cumprir um habeas corpus expedido por um ministro por ele ter sido filiado em algum momento da vida".
O deputado voltou a falar que a defesa do ex-presidente não sabia sobre o pedido de soltura. Segundo ele, Lula só ficou sabendo do alvará por volta das 10h do domingo, 8. "Foi uma decisão da bancada de trazer uma questão que até então não havia sido explorada como possibilidade".