Biden pede desculpas a Zelenski por atraso de ajuda militar

7 jun 2024 - 20h09

Presidente americano anunciou pacote adicional US$ 225 milhões para Kiev durante encontro com Zelenski e evocou memória do Dia D para criticar agressão da Rússia.O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu nesta sexta-feira (07/06) desculpas ao mandatário ucraniano, Volodimir Zelenski, pelo atraso na aprovação do crucial pacote de ajuda militar de seu país e anunciou uma nova contribuição no valor de US$ 225 milhões.

Biden e Zelenski durante encontro em Paris
Biden e Zelenski durante encontro em Paris
Foto: DW / Deutsche Welle

Biden e Zelenski se reuniram hoje em Paris, onde se encontram para a celebração do 80º aniversário do desembarque na Normandia. "Os Estados Unidos estarão ao seu lado", disse Biden ao manifestar seu pesar pelo atraso de vários meses na aprovação do pacote de quase US$ 61 bilhões, que finalmente recebeu aprovação da Câmara dos Representantes em abril, após meses de bloqueio.

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"Peço desculpas pelas semanas em que não sabiam o que iria acontecer com o financiamento porque tivemos problemas com a aprovação do projeto de lei", disse o presidente americano.

"Alguns dos membros muito conservadores (da Câmara dos Representantes) o estavam bloqueando, mas finalmente conseguimos aprová-lo", acrescentou Biden.

Ele também mostrou sua admiração pela resistência da Ucrânia: "Vocês não se curvaram, não cederam de forma alguma. Vocês continuam lutando de uma forma extraordinária", insistiu.

Zelenski agradeceu a Biden o "tremendo apoio" e, dentro do tom das intervenções destes dias na França, comparou-o à ação dos Estados Unidos na libertação da Europa durante a Segunda Guerra Mundial.

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"Contamos com a continuação de seu apoio e com sua presença conosco", acrescentou. O apoio de Washington mostra aos ucranianos "que não estamos sozinhos", destacou.

Ele também agradeceu que a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, seja a representante de Washington na reunião sobre a paz na Ucrânia organizada pela Suíça este mês, com a presença de mais de 100 países e organizações internacionais.

Fontes da Casa Branca indicaram que a nova ajuda de US$ 225 milhões será usada para fornecer mais munições, também para defesa aérea contra ataques russos à rede elétrica ucraniana.

Biden associa heroísmo do Dia D à necessidade de deter Putin na Europa

No mesmo dia, Joe Biden relacionou o heroísmo demonstrado pelas tropas de seu país há 80 anos na luta contra a Alemanha nazista com a necessidade de deter a atual agressão da Rússia na Europa.

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Em um discurso em um dos locais mais simbólicos dos desembarques na Normandia em 6 de junho de 1944, que ficaram conhecidos como Dia D, Biden perguntou se alguém duvida que os heróis de 80 anos atrás "gostariam que os EUA se levantassem contra a agressão de (Vladimir) Putin na Europa".

"Alguém duvida que eles moveriam céus e terra para derrotar as ideologias odiosas de hoje?", acrescentou Biden em seu discurso na Pointe du Hoc, um local altamente simbólico pelo sacrifício das tropas dos EUA durante o Dia D, cujo 80º aniversário foi comemorado na quinta-feira.

Biden lembrou que todos os soldados do ataque inicial àquele ponto estão mortos, mas, diante dos dilemas atuais no país e no exterior, "suas vozes nos perguntam o que faremos".

"Elas não estão nos pedindo para escalar esses penhascos. Elas estão nos pedindo para sermos fiéis aos valores dos EUA", completou.

"Os soldados de 1944 estão nos pedindo para fazer nosso trabalho, para defender a democracia, para enfrentar a agressão no exterior e, em casa, para fazer parte de algo maior do que nós mesmos", disse Biden a John Wardell, 99 anos, um veterano dos combates no local, embora não do ataque inicial, que estava entre os presentes.

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Em seu discurso, que também teve um forte significado doméstico no período que antecede as eleições de novembro, Biden advertiu que devem ser feitos esforços para "garantir que nossa democracia perdure".

No domingo, Biden concluirá sua viagem à França depositando uma coroa de flores no cemitério de Aisne-Marne (nordeste), onde estão enterrados os túmulos de quase 2.300 soldados americanos que morreram durante a Primeira Guerra Mundial (1914-19).

jps (EFE, ots)

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