BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro participou de uma confraternização neste 7 de Setembro, feriado da Independência, com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e ministros do governo. O anfitrião do almoço foi o secretário especial de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha, um dos mais próximos auxiliares do presidente e considerado uma figura conciliadora do no governo.
O convite ocorreu justamente no momento em que o primeiro escalão diverge sobre gastos públicos na retomada econômica pós-pandemia, e divergências entre ministros se acentuam nos bastidores. Entre os participantes, estavam o ministro da Economia, Paulo Guedes, que enfrenta desgaste no governo.
Os convidados começaram a chegar após o meio-dia, depois de participarem pela manhã da cerimônia de 7 de Setembro. Por causa da pandemia do novo coronavírus, o tradicional desfile na Esplanada dos Ministério e foi substituída por uma versão enxuta em frente ao Palácio da Alvorada.
Bolsonaro chegou às 12h20 no condomínio de casas no Jardim Botânico, bairro localizado a 16 km do Palácio da Alvorada. O presidente deixou o local por volta das 16h.
Também estiveram no local os ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Tereza Cristina (Agricultura), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência), além do secretário especial de Cultura, Mário Frias. O deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ) também passou pelo local. Segundo um dos presentes, o encontro foi "descontraído", "sem formalidades e com respeito e harmonia".
Toffoli se despede do comando do STF nesta quinta-feira, quando passa o bastão para Luiz Fux. Ao comentar na última sexta-feira a relação com o Palácio do Planalto, o presidente do Supremo disse que o diálogo com Bolsonaro sempre foi "franco e respeitoso".
Nos últimos meses, Bolsonaro fez uma série de ataques ao Supremo, responsabilizando a Corte pelas consequências da pandemia no quadro econômico - o tribunal entendeu que prefeitos e governadores têm autonomia para decretar medidas de enfrentamento do novo coronavírus, o que contrariou o Palácio do Planalto.
"Todo relacionamento que tive com o presidente Jair Bolsonaro e com seus ministros, nunca vi da parte dele nenhuma atitude deles contra a democracia. Tive um diálogo com ele intenso no sentido de manter a independência entre os Poderes e fazer ele compreender que cabe ao Supremo declarar inconstitucionais determinadas normas, porque essa é nossa função e a dele é respeitar e ele respeitou ao fim e ao cabo", comentou Toffoli, em coletiva de imprensa para fazer um balanço de sua gestão.
Bolsonaro visita feira de adoção de cachorros
Antes do almoço com Toffoli e auxiliares, Bolsonaro visitou uma feira de adoção de cachorros montada em frente ao Palácio da Alvorada. A feira foi apoiada pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que também esteve no local pela manhã.
O projeto Abrigo Miau Aumigos compartilhou fotos da visita do presidente e da primeira-dama em suas redes sociais. Segundo os responsáveis pelo projeto, cinco adoções foram realizadas hoje. Em junho, a primeira-dama anunciou que adotou um cachorro, resgatado nos fundos do Palácio do Planalto, mas dias depois teve que devolvê-lo ao descobrir que ele já tinha dono. O animal, que originalmente se chamava Zeus, chegou a ganhar o nome de Augusto Bolsonaro e um perfil no Instagram.