Bolsonaro ataca Venezuela e volta a elogiar torturador Ustra

Em discurso, presidente pede para que Brasil não 'flerte com socialismo' e afirma que 'resgatou a honra de grande coronel do Exército' em referência ao primeiro militar condenado por sequestro e tortura durante a ditadura

2 out 2019 - 18h11
(atualizado às 18h50)
Foto: Renato Costa/Framephoto / Estadão

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 2, que "mais importante" do que "resgatar a liberdade e paz na Venezuela" é colaborar para que países vizinhos não se aproximem daquilo que vive "nosso querido povo venezuelano". "Brasil, peço a Deus. Não flerte mais com o socialismo", disse.

O presidente afirmou ainda que a Venezuela é "a prova viva" de que as Forças Armadas decidem se haverá ou não "liberdade e democracia". "Quem mantém a ditadura venezuelana são as suas Forças Armadas", disse.

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O presidente discursou em cerimônia sobre a nova fase da Operação Acolhida, que promove assistência a refugiados venezuelanos que migram para o Brasil. No evento, foram assinados dois documentos: um de criação de fundo privado de doações ao programa Acolhida e outro de protocolo de intenções para incentivar municípios a receberem refugiados.

No discurso, Bolsonaro voltou a elogiar o regime militar brasileiro (1964-1985). Ele afirmou que resgatou a "honra de um grande coronel do Exército", em referência a Carlos Alberto Brilhante Ustra, primeiro militar condenado por sequestro e tortura durante a ditadura.

O presidente disse ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, presente no evento, que muitos dos críticos do coronel estão presos em Curitiba "graças à sua coragem (de Moro)".

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