Bolsonaro: atuação de Onyx no RS é ponto a ser estudado

Presidente afirmou em entrevista ao 'estado' que vai demitir ministro que usar cargo no governo para fins eleitorais

6 fev 2020 - 11h02
(atualizado às 11h35)

Brasília - Depois de dizer em entrevista ao Estado que dará "cartão vermelho" a ministros que usarem o cargo no governo para se eleger, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 6, que a atuação do gaúcho Onyx Lorenzoni (Casa Civil) em relação ao Rio Grande do Sul é "um ponto a ser estudado".

"Parabéns pela pergunta. É um ponto a ser estudado", disse Bolsonaro ao ser questionado se considera que Onyx atua para se candidatar ao governo gaúcho em 2022 ao frequentemente abrir sua agenda para receber políticos do Estado e privilegiar veículos de imprensa locais em entrevistas.

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Nos últimos dias, Onyx teve as funções da sua pasta esvaziada e alguns auxiliares demitidos. Entre eles o secretário especial de Relações Governamentais, Giacomo Trento.

Como mostrou o Estado, o assessor recebia com frequência políticos e empresários gaúchos e, nos bastidores, o que se dizia era que uma de suas funções era a de preparar a campanha de Onyx para o governo do Rio Grande do Sul, em 2022.

Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em Bento Gonçalves
05/12/2019 REUTERS/Diego Vara
Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em Bento Gonçalves 05/12/2019 REUTERS/Diego Vara
Foto: Reuters

Na entrevista ao Estado, Bolsonaro evitou responder se considera a atuação do ministro na Casa Civil com viés eleitoral. "Qualquer ministro que, porventura, queira usar o ministério em vez de atender ao Brasil para atender o seu Estado ou o seu município está fadado a levar um cartão vermelho. Não vou confirmar o que você falou aí (sobre Onyx dar sinais de que possui interesse eleitoral no RS), mas, em havendo...", disse Bolsonaro sem concluir a frase.

Nesta quinta, ao deixar o Palácio da Alvorada, Bolsonaro repetiu a intenção de demitir ministro que privilegiar redutos eleitorais.

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"Até porque o pessoal local vai começar a bater: 'por que está vindo mais recurso para tal Estado e não para todos de maneira uniforme?'. Se isso estiver acontecendo, vamos ter problemas pela frente", afirmou. "Os ministros sabem que, no que for possível, estou ligado em quase tudo e, percebendo, não conte com a minha simpatia. Quem se preocupa com política (no governo) não vai dar certo", avisou.

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