Eleição pode ser explicada pelo amor de Deus, diz Bolsonaro

Presidente eleito concedeu entrevista ao pastor Silas Malafaia em programa veiculado pela Band

3 nov 2018 - 13h29
(atualizado às 13h59)

Em entrevista ao pastor Silas Malafaia, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que sua eleição não foi fácil e que só pode ser explicada "pelo amor de Deus". A conversa, de aproximadamente dez minutos, foi gravada na última terça-feira, quando Bolsonaro esteve na sede da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, na Penha, zona norte do Rio, mas foi ao ar neste sábado, 3, no programa de mesmo nome, na Band.

"Longe de mim querer ser o salvador da pátria", disse o presidente ao pastor. "Mas o País não podia continuar flertando com o comunismo, o socialismo, com o populismo, com o desgaste dos valores familiares." Bolsonaro afirmou que, durante a campanha, "em suas andanças pelo Brasil", sempre dizia que o País precisava de um presidente "homem ou mulher, que fosse honesto, que tivesse Deus no coração e que fosse patriota".

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O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília.
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Foto: Dida Sampaio / Estadão

Bolsonaro contou que esteve já por duas vezes com autoridades de Israel que se colocaram à disposição para ceder tecnologia capaz de atender ao problema da falta dágua no Nordeste. "Com essa tecnologia, podemos fazer até melhor do que em Israel: lá chove menos do que no nosso semiárido", afirmou. "Com isso, vamos dar independência ao povo do Nordeste, para que sai das mãos dos coronéis."

Ele contou que conversou com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Segundo Bolsonaro, o presidente americano disse que "está muito feliz com a minha vitória".

Sobre a formação de seu governo, Bolsonaro voltou a afirmar que está em busca de nomes técnicos para os ministérios. "A consequência final do toma lá, dá cá é a ineficiência do estado", disse. "Por isso estamos montando um ministério de pessoas técnicas, que responda aos anseios da população e não a agremiações partidárias."

Jair Bolsonaro afirmou ainda que pretende governar pelo exemplo. "Vamos valorizar a família brasileira, respeitar a inocência das crianças em sala de aula, ter uma política de enfrentamento da violência — porque não há economia com violência —, fazer comércio com o mundo todo sem viés ideológico e buscar tecnologia com países mais desenvolvidos."

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O pastor Silas Malafaia, que casou Bolsonaro com sua atual mulher, Michelle, há onze anos, falou sobre a nova primeira-dama: "É uma mulher discreta, simples, que (na minha igreja) costumava servir a mesa, é prendada, gosta do ser humano e tem um trabalho lindo com deficientes auditivos."

Bolsonaro vai ao centro do Rio

Cercada de muito tumulto e os tradicionais gritos de "mito", a visita do presidente eleito Jair Bolsonaro ao seu antigo salão de cabeleireiro no sábado mudou a rotina do bairro de Bento Ribeiro, na zona norte do Rio de Janeiro. Em poucos minutos, a rua do salão ficou tomada de curiosos, interrompendo o trânsito e causando um grande engarrafamento no entorno.

Morador por anos do bairro, onde nasceram seus filhos do primeiro casamento, Bolsonaro fez questão de voltar ao seu antigo salão para que o seu barbeiro Antonio Oliveira fizesse o primeiro corte como presidente eleito. Dentro do salão, segundo vídeo divulgado pela assessoria de Bolsonaro, o clima foi de festa, cordialidade e muitas fotos com os funcionários.

De acordo com assessores, apesar de ter posado para fotos na sexta como se estivesse cortando o cabelo, o corte de verdade foi feito neste sábado. Após sair do salão ovacionado por dezenas de pessoas com o grito de "mito", o deputado iria retornar para sua casa na Barra.

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