Bolsonaro diz que não irá "mais admitir interferência"

Presidente foi até rampa do Palácio do Planalto para falar com apoiadores, que gritavam 'Moro traidor'

3 mai 2020 - 13h11
(atualizado às 13h45)

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro participa neste domingo, 3, de manifestação em favor de seu governo e repleta de palavras de ordem contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na rampa do Palácio do Planalto e aos gritos de 'mito', 'Moro traidor', 'não desista' e 'fechados com Bolsonaro', o presidente afirmou em live que não irá mais admitir interferência em seu governo. A declaração é dada depois de decisões do STF que contrariaram Bolsonaro, como a suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal.

Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília
Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília
Foto: Reuters

"O que nós queremos é o melhor para o nosso País, a independência verdadeira dos três Poderes, não apenas uma letra da Constituição. Chega de interferência, não vamos mais admitir interferência, acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente", disse.

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Ao defender a volta ao trabalho, o presidente disse que "infelizmente" muitos serão infectados pelo novo coronavírus, e que muitos perderão suas vidas, mas emendou afirmando que "é uma realidade, que temos que enfrentar". "O País de forma altiva vai enfrentar seus problemas, sabemos do efeito do vírus, mas infelizmente muitos serão infectados, infelizmente muitos perderão suas vidas também, mas é uma realidade, e nós temos que enfrentar. Não podemos fazer com o que o efeito colateral do tratamento do combate ao vírus seja mais danoso que o próprio vírus", disse.

Bolsonaro também afirmou que o Brasil "como um todo" reclama pelo volta ao trabalho e que governadores "irresponsáveis" estão destruindo empregos. "Brasil como um todo reclama volta ao trabalho, essa distribuição de empregos irresponsável por parte de alguns governadores é inadmissível, o preço será muito alto na frente, desemprego, miséria", afirmou.

O presidente disse ainda que a manifestação organizada em Brasília é espontânea, com chefes de família, "pela governabilidade, democracia e liberdade". Ele afirmou também que tem o povo ao seu lado e as Forças Armadas ao lado do povo pela "lei, ordem, democracia e liberdade".

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