O presidente Jair Bolsonaro disse que, apesar das críticas, estuda repetir em outras capitais o passeio de moto que fez no último domingo, no Rio. "Foi uma coisa excepcional", resumiu o presidente durante transmissão ao vivo pelas redes sociais.
"Não tinha nenhuma bandeira vermelha, nenhuma foice ou martelo. Eu não vou entrar em detalhes, mas na saída tinha um cara gritando uma coisa ali esquisita. Recebeu um carinho de uma pessoa lá e parou de fazer brincadeirinha", ironizou Bolsonaro, com a palma da mão aberta.
Imagens nas redes sociais mostraram um opositor do governo levando um tapa na cara de um motociclista que fazia parte do ato de apoio ao presidente.
Para defender o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, Bolsonaro disse que o comício "não teve nenhum viés político".
"Eu não estou filiado a nenhum partido político ainda. Foi um movimento pela liberdade, pela democracia e apoio ao presidente", justificou. Sem máscaras contra covid, Bolsonaro e Pazuello discursaram na manifestação, em cima de um carro de som. Pelo Regulamento Disciplinar do Exército, militares da ativa são proibidos de participar de atos políticos ou partidários.
Bolsonaro classificou Pazuello - que comandou a Secretaria da Fazenda em Roraima, durante intervenção federal do governo Michel Temer - como "um tremendo de um gestor". O ex-ministro foi convocado para prestar novo depoimento à CPI da Covid.
O presidente disse que "tem gente pedindo para fazer novos passeios" de moto. "Não marcamos nenhum ainda. Isso depende de conversar com o respectivo governador ou prefeito. Há um movimento muito forte. No próximo fim de semana, poderá ser Porto Alegre ou Belo Horizonte", afirmou.
Bolsonaro repetiu que o governo tem intenção de isentar a cobrança de pedágios a motociclistas nas próximas concessões de rodovias. "Novos contratos ou rodovias sendo concedidas, pedágio zero para motociclistas. São 30 milhões mais ou menos", afirmou. Na sua avaliação, isso não afeta "em praticamente nada" a arrecadação das concessionárias. O presidente disse ter instruído o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para renegociar os contratos em vigor, a fim de zerar a cobrança à categoria.