Sob observação internacional, o presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu nesta quinta-feira, dia 9, às críticas de falta de empenho e às cobranças para que o governo federal desvende o paradeiro do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos desde há cinco dias na Amazônia. Bolsonaro mudou o tom sobre o sumiço deles e afirmou que o governo trabalha para "solucionar o caso o quanto antes".
"Nossas três Forças (Armadas), bem como nosso MRE (Ministério das Relações Exteriores), a Polícia Federal, dentre outros, estão trabalhando desde segunda-feira, 6, de forma intensa na busca dos senhores Bruno Pereira e Dom Phillips. Mais de duas centenas de militares foram mobilizados para solucionar o caso o quanto antes", escreveu o presidente, no Twitter. "Instruí meus auxiliares a não se distraírem com narrativas midiáticas para que possam concentrar todas as energias no monitoramento dos trabalhos e nas buscas. Esses oportunistas só querem se promover com o caso. Nós queremos solucioná-lo e levar conforto aos familiares."
Os políticos do Partido Democrata cobram uma ação mais eficaz de autoridades brasileiras para esclarecer o caso. Nas ruas de Los Angeles, manifestantes promoveram protestos por causa da falta de informações sobre o desaparecimento de Pereira e Phillips. Fotos de ambos foram exibidas.
- Nossas três Forças, bem como nosso MRE, a Polícia Federal, dentre outros, estão trabalhando desde segunda-feira (6) de forma intensa na busca dos senhores Bruno Pereira e Dom Phillips. Mais de duas centenas de militares foram mobilizados para solucionar o caso o quanto antes. https://t.co/lsJ3xXHI1z
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 9, 2022
Tradicionalmente com uma retórica contrária a jornalistas e a tradições da política indigenista nacional, Bolsonaro se viu exposto durante a cúpula. Antes da viagem, o presidente classificou o trabalho de Pereira e Phillips como uma "aventura não recomendável". Eles documentavam desmandos na região do Vale do Javari, cercada por atividades ilegais no vácuo do Estado, como narcotráfico internacional, garimpo, pesca e extração de madeiras de forma clandestina.
Depois de ameaças, Pereira e Phillips sumiram ao iniciar uma viagem de barco, sozinhos, na manhã de domingo passado. Até agora, nenhum vestígio deles apareceu. Um pescador suspeito de envolvimento no caso foi preso, por portar munição de fuzil, de uso restrito. No barco dele, a PF coletou amostras de sangue que serão alvo de exames de DNA.