Após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter criticado, no sábado, 20, o uso de igrejas como palanque político, o presidente Jair Bolsonaro (PL) participou na manhã deste domingo, 21, de uma missa na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, na Asa Norte, em Brasília.
Católico, Bolsonaro tem participado com mais frequência de cultos evangélicos ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Na missa, o presidente estava acompanhado pela esposa e pelo general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência.
Matéria do Estadão na edição deste domingo mostra que pastores com 50 milhões de seguidores no Instagram, Facebook e Twitter dão palanque virtual ao presidente na corrida pela reeleição ao Palácio do Planalto.
Há duas semanas, Bolsonaro e Michelle participaram de culto na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, quando a primeira-dama chegou a dizer que, antes do atual governo, o Planalto estava "consagrado a demônios".
No sábado, em comício no Vale do Anhangabaú, Lula criticou o uso das igrejas para campanha eleitoral. "Tem demônio sendo chamado de Deus e tem gente honesta sendo chamada de demônio. Tem gente que não está tratando igreja para tratar da fé ou da espiritualidade, está fazendo da igreja um palanque político ou uma empresa para ganhar dinheiro", discursou o ex-presidente
Ainda assim, como mostrou o Broadcast neste sábado, para tentar frear o avanço de Bolsonaro sobre o público evangélico, a campanha petista decidiu criar contas nas redes sociais direcionadas a esse segmento que corresponde a 30% do eleitorado. Os perfis oficiais batizados como "Evangélicos com Lula" foram apresentados ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).