O presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ir ao debate deste domingo, 28, na Band, em São Paulo, acompanhado dos principais nomes que coordenam sua campanha à reeleição. O Estadão/Broadcast apurou que a equipe escalada inclui o senador e filho "01" do presidente, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), os ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e da Comunicação, Fábio Faria, e o ex-secretário especial de Comunicação do Palácio do Planalto, Fábio Wajngarten.
Os quatro integram alguns dos principados postos do comitê de campanha do presidente. Wajngarten - mesmo demitido do governo após desentendimentos com Fábio Faria - é responsável pela coordenação da comunicação da campanha.
A participação de Bolsonaro foi confirmada ao Estadão no sábado, 27, pelo ministro Ciro Nogueira. A ida do presidente ao debate em São Paulo só foi formalizada depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também candidato à presidência da República, confirmou o comparecimento em publicação no Twitter ontem.
Neste domingo, Bolsonaro embarcou por volta de 13h na base área de Brasília, sem destino confirmado pelo Palácio do Planalto. A expectativa é de que a viagem tenha sido rumo a São Paulo para participar do debate, que acontecerá às 21h.
Pelo Twitter, Ciro Nogueira fez prognósticos de como deve ser desempenho de Bolsonaro no debate, que colocará pela primeira vez ele e o ex-presidente Lula frente a frente para discutir propostas. Segundo o chefe da Casa Civil, o atual presidente deve se sair "ainda melhor do que na 'sabatina'" realizada pelo Jornal Nacional na última segunda-feira, 22.
Durante a semana, o ministro criticou diversas vezes os entrevistadores William Bonner e Renata Vasconcelos, acusando-os de terem sido tendenciosos nas perguntas feitas a Bolsonaro. As críticas ecoaram o discurso difundido nas redes bolsonaristas. Na publicação deste domingo, Ciro afirmou que no debate "todos serão Bonner, mas o povo vai saber disso porque são adversários políticos declarados".
"Vão atacar o presidente? Provavelmente. Mas o nome disso é política. Ninguém vai poder dizer que foi 'jornalismo'.", escreveu no Twitter.
Em mais de uma ocasião, a campanha deu indicativos de que teme ataques concentrados em Bolsonaro durante o debate na Band, principalmente pelo fato de ele ser o candidato à reeleição. Na sexta-feira, 26, o presidente já havia sinalizado a ida a São Paulo. Em entrevista à Jovem Pan, o presidente disse que cogitou não participar do debate, mas que achava que deveria ir. Ele também afirmou que sua estratégia para o evento dará certo, mas que já espera ser "fuzilado" pelos adversários.
Cientistas políticos ouvidos pelo Estadão disseram que o encontro deve ser marcado por uma atenção polarizada entre os principais adversários que lideram as pesquisas - Lula e Bolsonaro. A performance e desenvoltura dos dois candidatos será um dos focos do debate, uma vez que o petista não participa de eventos semelhantes 2006, enquanto o atual chefe do Executivo participou apenas de dois debates em 2018 antes do atentado que sofreu.