Bombardeio de Israel deixa ao menos 182 mortos no Líbano

23 set 2024 - 11h17
(atualizado às 11h29)

Ataque é o mais letal contra o Líbano desde 7 de outubro e deixa mais de 720 feridos. Governo israelense diz que alvos eram bases onde o Hezbollah guardava armamentos, mas há civis entre vítimas.O maior e mais mortal ataque aéreo de Israel contra o Líbano em quase um ano da escalada do conflito na região deixou pelo menos 182 mortos e mais de 720 feridos nesta segunda-feira (23/09), segundo o Ministério da Saúde libanês.

Bombardeio de Israel à cidade de Marjayoun, no Líbano, nesta segunda
Bombardeio de Israel à cidade de Marjayoun, no Líbano, nesta segunda
Foto: DW / Deutsche Welle

Os alvos dos bombardeios foram centenas de bases do grupo extremista Hezbollah onde eram guardados armamentos, de acordo com os militares israelenses. Os alvos estavam no sul do Líbano, no Vale do Beqaa, no leste do país, e na região norte, perto da Síria. Mais de 300 alvos do grupo xiita foram atacados, de acordo com militares israelenses.

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"Estamos aprofundando nossos ataques no Líbano, as ações continuarão até atingirmos nosso objetivo de devolver os moradores do norte em segurança para suas casas", disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, em vídeo.

Pouco antes da ofensiva, as Forças de Defesas de Israel tinham alertado a população civil para se afastar "imediatamente" de supostas posições e depósitos de armas do Hezbollah. Os moradores das áreas atacadas receberam mensagens de texto e de voz enviadas por Israel.

Cresce tensão entre Israel e Líbano

O ataque dá continuidade ao acirramento da tensão entre Tel Aviv e o grupo extremista. Na semana passada, um ataque sem precedentes fez milhares de pagers e walkie-talkies explodirem, ferindo mais de 3 mil e matando 39 pessoas, incluindo integrantes do grupo terrorista, crianças e mulheres.

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A operação foi atribuída a Israel, que não confirmou nem negou a responsabilidade do ataque.

Na sexta, bombardeios israelenses atingiram um prédio residencial nos subúrbios da capital Beirute, matando 45 pessoas, incluindo Ibrahim Aqil, membro do alto escalão do Hezbollah, segundo Tel Aviv.

O Hezbollah, por sua vez, intensificou os disparos de foguetes contra Israel durante o fim de semana e lançou cerca de 150 foguetes, mísseis e drones no norte do outro país, em retaliação aos ataques. A atuação do grupo extremista vem em apoio ao seu aliado palestino Hamas.

Desde o ataque de 7 de outubro, quando militantes palestinos se infiltraram em Israel em um festival de música, matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestrando 251, o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, promete "aniquilar" o grupo. Para isso, tem comandado uma ofensiva contra a Faixa de Gaza que já deixou mais de 40 mil mortos.

No Líbano, o número de mortes causados pela guerra de Israel contra o Hamas e o Hezbollah gira em torno de 600 - entre eles, mais de 100 civis.

Ataque anunciado nas mídias sociais

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O exército israelense anunciou a ação desta segunda-feira em suas mídias sociais. Foi publicada uma foto do tenente-general Herzi Halevi, descrito como o chefe militar, aprovando os ataques a partir do quartel-general militar em Tel Aviv.

sf (AP, Reuters)

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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