Boris Johnson é investigado por conflito de interesses

28 set 2019 - 09h45
(atualizado às 10h36)
Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sofre mais um revés
Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sofre mais um revés
Foto: DW / Deutsche Welle

Autoridade da Grande Londres, que administra a capital britânica, comunicou neste sábado (28/09) a abertura de uma investigação contra o primeiro-ministro britânico, o conservador Boris Johnson, por suspeita de conflito de interesses quando ele era prefeito da capital e teria beneficiado, supostamente, uma empresária americana entre 2008 e 2016.

A empresária e ex-modelo Jennifer Arcuri, de 34 anos, terá recebido 126 mil libras (643 mil reais) em verbas públicas e teria tido acesso privilegiado em viagens comerciais no exterior e patrocínios, segundo o diário Sunday Times revelou na semana passada.

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Arcuri teria participado de três missões de comércio exterior ao lado de Johnson, apesar de não ser elegível para o papel que assumiu.

O Sunday Times informou que as empresas de Arcuri receberam subsídios de patrocínio da agência promocional do prefeito enquanto Johnson estava no cargo.

O atual chefe de governo britânico participou em quatro ocasiões como orador convidado em representação da empresa de Arcuri e era amigo próximo da empresária, que visitava com frequência em sua casa, segundo o jornal.

O município de Londres informou hoje ter solicitado à comissão independente de queixas da polícia para investigar se a empresária Arcuri se beneficiou da sua relação com Johnson.

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"O IOPC (Gabinete Independente de Conduta Policial) pode confirmar que recebemos uma indicação do Oficial de Monitoramento da Autoridade da Grande Londres sobre uma questão de conduta contra Boris Johnson e estamos avaliando isso atualmente", afirmou o Gabinete em comunicado.

"Isso levará tempo para avaliar e considerar minuciosamente antes que seja tomada qualquer decisão sobre se é necessário investigar esse assunto", acrescentou.

Em nota, a prefeitura de Londres, liderada pelo trabalhista Sadiq Khan, diz ter "informações de que um crime poderia ter sido cometido", embora "isso não signifique de forma alguma que isso esteja comprovado".

Um porta-voz da Downing Street negou qualquer conflito de interesses neste caso: "O primeiro-ministro, como prefeito de Londres, realizou uma enorme quantidade de trabalho para vender a nossa capital em todo o mundo", justificou a fonte, que disse que "tudo foi feito corretamente e da maneira normal".

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Johnson também sofreu outro revés nesta semana, quando sua irmã condenou a retórica do líder no Parlamento. Rachel Johnson descreveu as palavras de seu irmão como "particularmente insípidas", quando ele se referiu a Jo Cox, política do Partido Trabalhista assassinada por um extremista de extrema direita no período que antecedeu o referendo de 2016 sobre a adesão à UE.

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