O pré-candidato do Psol à Presidência da República, Guilherme Boulos, lamentou nesta terça-feira (1º) o que chamou de tentativa de responsabilizar as próprias vítimas pelo desabamento de um prédio de 24 andares no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo. Em conversa com jornalistas durante o ato unificado do Dia do Trabalhador, em Curitiba, ele também negou que a ocupação fosse do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), entidade que lidera.
"Foi uma tragédia lamentável. E é ainda mais lamentável querer responsabilizar os próprios ocupantes e sem-teto por isso. Temos visto com perplexidade gente querer atribuir a culpa do que aconteceu a quem estava ocupando, como se quem ocupasse ocupasse porque quer. Quem ocupa ocupa por completa falta de alternativa. Se alguém é responsável por isso, é o poder público, que não assegurou moradia digna para as famílias, conforme prevê a Constituição", afirmou.
De acordo com Boulos, a ocupação era liderada pelo Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM). "Não obstante a isso, a nossa solidariedade às famílias é completa. O MTST está organizando pontos de arrecadação de alimentos, a nossa militância está lá e exigimos apuração célere do que ocorreu, que as buscas continuem com celeridade e resultados e também que o governo apresente uma alternativa de moradia às famílias", cobrou.
Em relação ao 1º de Maio, o presidenciável falou que tem como objetivo mostrar a unidade democrática. “É um dia de luta e resistência dos trabalhadores no mundo todo, historicamente. Mas hoje no Brasil tem um componente também de defesa da democracia. Vivemos uma crise democrática profunda, uma escalada de violência política . A morte da Marielle (Franco, vereadora do PSOL) até agora não foi esclarecida, os tiros contra o acampamento em defesa do Lula e a própria prisão do (ex-presidente) Lula de maneira injusta e arbitrária, sem qualquer prova, tudo isso forma um cenário difícil para a democracia brasileira”, comentou.