Braço direito de Doria vira articulador político em SP

Wilson Pedroso é cotado para assumir Casa Civil do governo tucano em São Paulo; 'não vai mais ter muro', afirma

3 nov 2018 - 05h11
(atualizado às 10h37)

Na nova configuração do Palácio dos Bandeirantes, o governador eleito João Doria (PSDB) vai colocar no centro da articulação política um auxiliar discreto que sempre atuou nos bastidores e evitou os holofotes.

Ex-chefe de gabinete e braço direito do tucano na Prefeitura de São Paulo, o advogado Wilson Pedroso, de 45 anos, vai dividir a linha frente da gestão com o vice Rodrigo Garcia (DEM), que deve ser nomeado secretário de Governo. Ambos comandam a equipe de transição.

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O governador eleito de São Paulo, João Dória (PSDB)
O governador eleito de São Paulo, João Dória (PSDB)
Foto: Adriano Machado / Reuters

Pedroso é o mais cotado para assumir a Casa Civil, mas pode também ocupar outra pasta que teria a mesma finalidade. Juntos, eles vão tocar a rotina do governo e também coordenar o projeto político de Doria, que não descarta disputar a Presidência da República em 2022.

Pela primeira vez desde que começou a trabalhar com Doria, em janeiro de 2016, Pedroso aceitou ser entrevistado. No local escolhido, um café na Rua Pamplona próximo ao comitê de Doria, ele não escondeu o desconforto quando questionado sobre os voos altos do governador eleito.

Depois de um breve silêncio, porém, Pedroso não ficou indiferente à pergunta. "É natural ele querer ser candidato a presidente. Gente como o João, que tem perfil executivo, sempre almeja algo maior", afirmou.

Apesar do perfil conciliador, Pedroso deixa claro que a vitória Doria abriu uma "nova fase" no PSDB. "O partido agora tem a cara do João Doria e do Bruno Covas. Não vai mais ter muro."

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O primeiro encontro do advogado com Doria foi mediado pelo vereador Mário Covas Neto. Aconteceu no flat do ex-deputado Julio Semeghini em janeiro de 2016 em uma reunião que foi o marco zero do projeto político do empresário, que então comandava o Lide (Grupo de Líderes Empresariais).

Também estavam presentes na reunião outros dois tucanos com trânsito na legenda: Felipe Sigollo e Jorge Damião. Naquele momento, o favorito para disputar a Prefeitura era o vereador Andrea Matarazzo, que tinha o apoio de tucanos como Fernando Henrique Cardoso e José Serra. As chances de crescimento da candidatura de Doria eram vistas com desconfiança até aquele momento. A empatia entre Pedroso e Doria foi imediata, já que o advogado trabalhou na última campanha política do pai de João Doria, que em 1996 disputou pelo PSDB uma vaga de vereador da capital. Acabou derrotado.

A trajetória política de Pedroso começou aos 14 anos, na juventude do PSDB, onde foi "líder" do atual do prefeito, Bruno Covas, que até hoje é seu amigo. Seu "padrinho" político foi o ex-ministro da Educação Paulo Renato. Em São Paulo, Pedroso foi um dos "menudos", como ficou conhecido grupo de subprefeitos que atuou nas gestões José Serra e Gilberto Kassab.

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