O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (13), durante evento do G20 em Brasília, que o Brasil continuará trabalhando por um 'cessar-fogo' na Faixa de Gaza, alvo da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas há mais de dois meses. Lula ainda destacou a necessidade da existência de dois Estados na região, um para israelenses e outro para palestinos.
"O Brasil segue de luto com o conflito do Israel e da Palestina. A violação cotidiana do direito humanitário é chocante e resulta em milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças. O Brasil continuará trabalhando para um 'cessar-fogo' permanente que permita a entrada da ajuda humanitária em Gaza e pela libertação imediata de todos os reféns pelo Hamas. É fundamental que a comunidade internacional trabalhe para solução de dois Estados, vivendo lado a lado, em segurança e harmonia", afirmou Lula.
O presidente ainda declarou que "não convém" um mundo marcado por conflitos, protecionismos e destruição ambiental, e que "sem ação coletiva", as crises "podem multiplicar-se e aprofundar-se". O conflito territorial entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo não foi citado.
Lula ainda reforçou que o combate às desigualdades é essencial para evitar que as crises se agravem e defendeu que "é inadmissível que um mundo capaz de gerar riquezas da ordem de 100 trilhões de dólares por ano conviva com a fome de mais de 735 milhões de pessoas e a pobreza de mais de 8% da população."
O presidente apresentou três eixos da gestão brasileira, que está à frente do G20: a inclusão social e o combate à fome e à pobreza; a promoção do desenvolvimento sustentável em suas dimensões social, econômica e ambiental e as transições energéticas; e a reforma das instituições de governança global.
A questão climática também foi pautada por Lula durante a reunião. O presidente disse que criou no G20 uma "força-tarefa" contra a mudança do clima e voltou a apontar a necessidade de que investimentos em transição energética: "É preciso definir princípios básicos sobre o uso sustentável de recursos naturais para a geração de bens e serviços de alto valor agregado. O acesso a tecnologias é fundamental não só para uma transição energética justa, mas também no campo digital."
*sob supervisão de Camila Godoi