Prestes a entrar em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF), a descriminalização da maconha e de outras drogas não possui apoio de grande parte da população brasileira. Segundo levantamento nacional realizado pela agência de pesquisas de mercado Hello Research, 58% são contrários à descriminalização da maconha – sendo 47% totalmente contrários e 11%, parcialmente. Quando se trata de outras drogas, o porcentual da população contrário sobe para 65%.
A pesquisa ouviu presencialmente mil pessoas com mais de 16 anos de todas as classes sociais em 70 cidades de todas as regiões do País. A margem de erro é de três pontos porcentuais e o índice de confiança é de 95%.
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O ministro Gilmar Mendes, do STF, liberou no último dia 18 o processo que trata da descriminalização de drogas e está sob sua relatoria. O ministro havia prometido no fim de abril a liberar o recurso para que o presidente do Supremo, o ministro Ricardo Lewandowski, pudesse colocar o tema em discussão, pelo Plenário da Corte. O fato de o ministro ter liberado o processo não quer dizer, contudo, que ele entra imediatamente na pauta de julgamentos. A expectativa é que o julgamento só ocorra no segundo semestre, já que o Tribunal entra em recesso a partir de julho, restando apenas mais uma sessão do Plenário até a pausa.
O levantamento mostrou que o grupo das pessoas que são totalmente favoráveis à proposta tem 20% dos entrevistados. Aqueles que não são nem a favor e nem contra possuem 12%. Já os parcialmente contrários têm 11%, sendo mais forte no Nordeste, e os parcialmente favoráveis somam 7%. Apenas 3% não responderam à pergunta.
Índice é ainda maior para outras drogas
Quando o assunto é a descriminalização para outras drogas, como cocaína e crack, a rejeição é ainda maior. 65% são contrários, sendo 57% totalmente e 8%, parcialmente. Novamente com número mais expressivo entre pessoas com mais de 45 anos a 59 anos e moradores do Norte e Centro-Oeste.
Já os totalmente favoráveis caíram para 16% e os que não são nem a favor, nem contra permanecem estáveis, com 11%. Os parcialmente contrários têm 8% e é mais forte com jovens de 16 a 24 anos, enquanto que os parcialmente favoráveis possuem 6% - apenas 2% dos entrevistados não responderam.
“A questão que envolve a descriminalização das drogas é muito polêmica e incita reflexões na sociedade civil e no governo. A pesquisa reforça a necessidade de debates, para a troca de opiniões diversas”, comenta Davi Bertoncello, diretor executivo da Hello Research.