O Acre recebeu no início da tarde deste sábado o primeiro grupo de médicos estrangeiros que vão atuar na capital e interior por meio do programa Mais Médicos. Eles chegaram em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e foram recepcionados por membros do governo acreano. Dos nove médicos, cinco são cubanos.
Outros dois são acreanos formados na Espanha e que viram no programa uma oportunidade de exercer a profissão no Brasil, deixando para trás os trâmites burocráticos para revalidar o diploma. Um espanhol e uma dominicana também vão atuar nas unidades básicas de saúde.
A cubana Sonia Gonzales terá sua primeira experiência de atuar no País. Logo de cara, o desafio será o atendimento médico à população indígena. Ela está destacada para atuar no distrito indígena do Alto Juruá, que abrange aldeias do Acre e sul do Amazonas.
"Para mim, vai ser um grande aprendizado, poder levar um pouco de assistência àqueles que foram os responsáveis pela formação do Brasil e de toda a América. Quero poder atendê-los com amor e dedicação", diz Sonia.
Alejandro Fujinillo antes de vir para o Brasil consultou em Gana e Venezuela. No Acre vai trabalhar em Manoel Urbano, cidade localizada a 217 km da capital Rio Branco e que sofre com a escassez de médicos.
Para ele, esta é uma oportunidade de atuar em comunidades isoladas e que enfrentam dificuldades no atendimento médico. "Acredito que minha experiência como médico na África me ajuda a lidar melhor com a realidade local", diz.
Diego Sanchéz Gálvez é espanhol com passagens por Estados Unidos e Irlanda. No Acre vai ficar na capital, onde as dificuldades são menores em comparação com os municípios de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, isolados no meio da Amazônia.
"Este é um reforço bem-vindo, mas ainda estamos longe do ideal. Precisaríamos de pelo menos mais 500 médicos para atender as necessidades do Acre", diz a secretária estadual de Saúde, Suely Melo.
ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS' |
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa. |
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais. |
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma |
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios. |
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS). |