Documentos entregues pelo ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden indicam que a Petrobras foi espionada pelo governo dos Estados Unidos, de acordo com o Fantástico. O nome da empresa aparece em slides de um treinamento sobre da agência americana de inteligência, a NSA. Apesar de aparecer em um treinamento, a espionagem, afirma a reportagem, realmente ocorreu. Não há informação sobre que tipo de informações foram acessadas pela agência.
Os documentos contradizem nota da NSA na qual diz não fazer espionagem com finalidades econômicas. À reportagem, a agência diz que não usa segredos de espionagem para dar vantagens competitivas a empresas americanas. Questionada sobre o porquê, então, de invadir os computadores da Petrobras, a agência afirmou que isso era tudo que tinha para dizer.
Além da petrolífera brasileira, que é uma das maiores do mundo, a NSA espionou também o Google, que, em documento anteriores de Snowden foi indicado como parceiro da inteligência do governo americano. Teria sido vítima também a cooperativa bancária Swift, que regula negociações financeiras internacionais.
Em seu blog no site do jornal britânico The Guardian, o jornalista Glenn Greenwald, que tem acesso aos documentos de Snowden, afirma que trabalha no que acredita ser importantes novas histórias sobre a espionagem da NSA.
A Petrobras não quis comentar a reportagem. A presidente Dilma Rousseff afirmou em Moscou, na reunião do G20, que espera para esta semana explicações do governo dos Estados Unidos sobre as denúncias de espionagem contra o Brasil.
Espionagem americana no Brasil
Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.
Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.
Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.
O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.
Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.
Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.