Alckmin diz que seca em 2015 será igual ou pior que em 2014

Governador paulista afirmou que “no máximo em 90 dias” seu governo inicia a obras de interligação dos reservatórios Atibainha-Jaguari

31 jan 2015 - 20h25
(atualizado às 20h28)
<p>Segundo Alckmin, a região Sudeste do Brasil, vive a maior seca dos últimos 100 anos, por isso, segundo ele, a população deve continuar economizando</p>
Segundo Alckmin, a região Sudeste do Brasil, vive a maior seca dos últimos 100 anos, por isso, segundo ele, a população deve continuar economizando
Foto: Luiz Claudio Barbosa / Futura Press

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou neste sábado a pedir à população para continuar economizando água, pois a seca deste ano poderá ser igual ou pior que a do ano passado. “Neste mês de janeiro choveu menos que no mesmo mês do ano passado. Tivemos um mês de janeiro muito seco e com pouca água, então podemos repetir de novo um ano seco”, comentou o governador durante entrega de viaturas para produtores rurais em Coroados, no interior de São Paulo.

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Segundo Alckmin, “a região Sudeste do Brasil, vive a maior seca dos últimos 100 anos”, por isso, segundo ele, a população deve continuar economizando. “Primeiro, quero agradecer à população, porque 81% da população fez o uso racional da água; São Paulo consumiu 72 metros cúbicos, hoje consome 55”, afirmou. “Mas a palavra é que todos ajudem, pois nós não podemos abrir mão de ninguém. Então precisamos da colaboração de todos”, apelou o governador. “Todo mundo deve continuar colaborando pois esta é a maior seca do século; o ano mais seco foi em 1953, mas no ano passado, choveu metade de (o que choveu em) 1953. E este mês a mesma coisa; no Cantareira choveu a metade e no Alto Tietê, 40%”, completou.

Alckmin diz que não há decisão tomada sobre rodízio de água
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O governador afirmou que a Sabesp ainda não se decidiu sobre a adoção de racionamento de água na Grande São Paulo. Uma das possibilidades seria cortar o consumo quatro dias para liberar por dois. “Não nada decidido. É uma decisão técnica, que está sendo estudada pela Sabesp, que tem administrado bem a crise hídrica. Mas não tomaremos nenhuma medida de racionamento sem uma antecedência e comunicação para a população”, afirmou Alckmin.

Segundo Alckmin, enquanto a Sabesp não se decide, o governo continua com ações para reduzir o consumo por meio do pagamento de bônus, aplicação de sistema redutor de pressão durante a madrugada (reduz perdas físicas) e distribuição de caixas d’água para famílias de baixa renda. “As caixas possibilitam às famílias fazerem reservação de água por 24 horas para não ficar sem água durante a redução de pressão”, explicou. “Sem as caixas, a água seca quando é retirada do cano sem a reservação”, completou.  

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Além disso, de acordo com o governador, enquanto a população economiza, seu governo apressa obras para combater a crise. “Estamos correndo com todas as obras, já entregamos esta semana mais meio metro cúbico por segundo de água nova, de produção do rio Guaratuba para as represas do Alto Tietê”, disse o governador. “E esperamos até maio entregar uma grande obra, que é a ligação do rio Grande com a represa de Taiaçupeba”, completou.

As obras desta ligação, segundo o governador, devem ter início em fevereiro para terminar em maio. “Vamos iniciar, já nas próximas semanas, ainda em fevereiro, a interligação do Rio Grande até represa Taiaçupeba, e quero aproveitar aqui para agradecer a presidente Dilma por nos ceder a área do gasoduto, que vai possibilitar a ligação”, afirmou. De acordo com os cálculos do governador, a obras vai propiciar o abastecimento de 1,2 milhão de pessoas. “Ela vai nos garantir a partir de maio mais 4 metros cúbicos por segundo; cada metro cúbico é suficiente para abastecer 300 mil pessoas e essa obra agrega 4 metros por segundo”, afirmou.

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Alckmin também afirmou que “no máximo em 90 dias” seu governo inicia a obras de interligação dos reservatórios Atibainha-Jaguari. “Isso será possível porque a obra foi enquadrada no Regime Diferenciado de Concorrência (RDC), que é mais rápido. É uma obra histórica que vai ligar duas grandes bacias, a do rio Paraíba do Sul através do Jaguaribe, com a bacia do PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí) através da represa do Atibainha”, afirmou.

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Segundo o governador, a obra, orçada em R$ 830 milhões, vai possibilitar a vazão de água nos dois sentidos, o que poderá dobrar a oferta de água. “É uma obra de mão dupla, com 15 quilômetros, a maioria em túneis. Com ela, a água do Atibainha por ir para o Jaguaribe e a do Jaguaribe pode ir para o Atibainha. Você praticamente dobra a capacidade de reservação, com isso, a água do Cantareira, que é de 900 milhões passa a ter 1,1 bilhão a mais com o Jaguaribe e vice-versa. É uma obra histórica e importante que esperamos iniciá-la no máximo em 90 dias e acelerá-la ao máximo”, comentou.

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Fonte: Especial para Terra
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