Uma análise feita por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) constatou que há uma relação entre o petróleo encontrado em praias nordestinas do Estado e de Sergipe e um dos tipos do produto que é produzido na Venezuela.
Mais cedo, o governo venezuelano -- num comunicado conjunto do Ministério do Petróleo e da empresa petrolífera PDVSA -- negou responsabilidade sobre o desastre e disse que o país não é responsável pelo petróleo que atingiu praias do Nordeste do Brasil.
Em uma nota técnica, os pesquisadores do Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo, Energia e Meio Ambiente do Instituto de Geociências da UFBA constataram que nenhum dos tipos de petróleo produzidos no Brasil apresenta características das amostras analisadas.
"Através dos resultados das análises dos biomarcadores e dos isótopos estáveis de carbono, observou-se uma forte correlação do óleo derramado no mar com um dos tipos de petróleo que são produzidos na Venezuela. Contatou-se ainda que nenhum dos petróleos gerados por matéria orgânica marinha produzidos no Brasil apresenta tal distribuição de biomarcadores e razão de isótopos de carbono", informou a UFBA, em nota distribuída pela assessoria de imprensa nesta quinta-feira.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou no Rio de janeiro, nesta quinta-feira, que o governo brasileiro em nenhum momento disse que o petróleo que atinge o Nordeste é da PDVSA, mas apenas que possui características similares ao extraído na Venezuela.
Mais tarde, também nesta quinta-feira, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que a hipótese do petróleo derramado em praias brasileiras ser venezuelano se baseia em análise técnica da Petrobras e não trata da possibilidade de um derrame de poços no país vizinho, mas de um navio de transporte.
Autoridades brasileiras investigam há mais de um mês a misteriosa origem do petróleo que se espalhou por centenas de quilômetros de praias em nove Estados do Nordeste.
A Petrobras, que participa dos trabalhos de limpeza das praias, informou no início desta semana que havia recolhido 133 toneladas de resíduo oleoso.
Segundo nota atualizada pelo Ibama na quarta-feira, nove Estados nordestinos foram atingidos pela mancha de petróleo, sendo que 139 localidades foram afetadas em 63 municípios.