A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve flexibilizar as exigências para a apresentação do pedido e posterior aprovação do uso emergencial de vacinas contra Covid-19 no país, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto nesta quarta-feira.
Um dos pontos em análise pelo órgão regulador, conforme a fonte, é retirar a obrigatoriedade de que somente vacinas com testes em Fase 3 sendo realizados no Brasil possam ser avalizadas pela agência.
A diretoria colegiada da Anvisa está reunida neste momento discutindo o assunto. Uma entrevista coletiva do órgão regulador foi convocada para as 18h desta quarta para falar sobre "eventuais alterações ao Guia de Uso Emergencial de Vacinas contra Covid-19".
A mudança poderia contemplar a União Química, laboratório brasileiro que representa os interesses da vacina russa Sputnik V e que não realizou no país qualquer estudo de Fase 3.
A União Química havia pedido autorização de uso emergencial do imunizante russo em 15 de janeiro, mas ele não foi sequer avaliado por estar com a documentação incompleta.
Apesar disso, a Anvisa começou a discutir a mudança nas regras de validação de uso emergencial de vacinas mesmo sem um pedido formal da União Química, segundo a fonte.
Até o momento, a agência já autorizou o uso emergencial da vacina CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, e do imunizante desenvolvido pela farmacêutica britânica AstraZeneca desenvolvido em conjunto com a Universidade de Oxford. As duas têm, parcerias no país com o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), respectivamente. Elas já estão sendo usadas para imunizar grupos prioritários no país.
A AstraZeneca foi a única que apresentou até o momento um pedido de registro definitivo da sua vacina contra Covid-19 à Anvisa. Esse pedido, realizado na sexta-feira passada, ainda não foi analisado.
(Edição de Eduardo Simões)