Com um discurso de "independência" do Legislativo, a bancada do MDB do Senado decidiu nesta terça-feira lançar a senadora Simone Tebet (MS) candidata à presidência da Casa no momento em que o principal adversário, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), vinha ampliando a sua rede de adesões em outras legendas com o apoio do presidente Jair Bolsonaro e do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O anúncio com aval unânime da bancada foi feito em reunião comandada pelo líder do partido no Senado, Eduardo Braga (AM), em meio à solenidade de filiação de novos senadores, Veneziano Vital do Rêgo (PB) e Rose de Freitas (ES). O partido é a maior bancada da Casa com 15 senadores.
"A independência no comando do Legislativo é de fundamental importância nesse período de crise, em que o interesse público precisa estar acima de qualquer disputa ideológica e política na reconstrução da economia e na imunização universal e gratuita contra a Covid-19", disse Braga.
"É nesse cenário que a bancada do MDB, com o maior número de parlamentares no Senado Federal, reafirma sua unidade em torno da candidatura da senadora Simone Tebet (MS) para a presidência da Casa, na eleição do próximo dia 1º de fevereiro", emendou ele, em nota oficial lida.
A decisão do MDB ocorre após Pacheco colecionar nos últimos dias apoios importantes de diversas bancadas, como PP, PT, PL e Republicanos. Os senadores emedebistas vinham adiando uma definição em meio à disputa de nomes da bancada que queriam se lançar ao cargo.
Apesar de Bolsonaro já ter demonstrado simpatia por Pacheco, a bancada do MDB ainda conta com os líderes do governo no Senado, Fernando Bezerra (PE), e do Congresso, Eduardo Gomes (TO).
Os dois chegaram a avaliar nos bastidores uma candidatura à Presidência do Senado, mas recuaram das suas pretensões em prol da unidade da bancada em torno de Simone Tebet.