Após o imbróglio jurídico do último domingo (8) sobre sua prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta terça-feira (10) que será candidato nas eleições de outubro, para "recuperar a soberania do povo brasileiro".
Lula, que está preso em Curitiba desde 7 de abril, mandou publicar uma nota em seu site oficial na qual diz que é "muito triste que parte do patrimônio público, construído com muito sacrifício pelo povo brasileiro a partir da metade do século 20, esteja sendo vendido de forma irresponsável".
Segundo o ex-presidente, o governo de Michel Temer está privatizando bens públicos "a preço de banana, para encobrir a ilegitimidade de um golpista, para abrir mão de qualquer soberania que um país precisa ter e consolidar o complexo de vira-lata que a elite brasileira sempre teve em relação aos EUA".
"Podem ter certeza, vou ser candidato para, entre outras coisas, recuperar a soberania do povo brasileiro", disse. No último domingo, o desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), determinou a libertação de Lula, alegando que seus direitos de pré-candidato estavam sendo restringidos.
A decisão, no entanto, foi questionada pelo juiz Sérgio Moro e pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, seu colega no TRF-4, cujo presidente, Thompson Flores, derrubou o alvará de soltura e manteve o petista na cadeia, onde cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ainda que insista em sua candidatura, Lula deve ser considerado inelegível pela Lei da Ficha Limpa.