Após a invasão de manifestantes antidemocráticos que depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal no último domingo (8), em Brasília, o acampamento no quartel general do Exército, que reunia uma minoria de bolsonaristas extremistas, começou a ser desmontado na última segunda-feira (9), após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No acampamento de Brasília, cerca de 1,5 mil ativistas radicais foram presos. Imagens mostradas em canais de TV como a GloboNews na última segunda-feira mostraram manifestantes deixando o acampamento pacificamente.
A invasão ocorreu após diversas convocações feitas em grupo de redes sociais como o WhatsApp. Os invasores pedem o fechamento do Congresso Nacional, intervenção militar e contestam a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Apesar de haver policiais militares na área próxima aos manifestantes, a PM do Distrito Federal não conseguiu impedir a invasão. A demora em restabelecer a ordem foi considerada omissão, o que levou ao afastamento do governador do Estado, Ibaneis Rocha (MDB).
De acordo com informações da Polícia Federal, todos os policiais da Superintendência Regional do DF estão convocados para trabalhar na identificação dos criminosos que participaram diretamente das ações ou ajudaram a financiá-las ou organizá-las.
Os acampamentos bolsonaristas erguidos em outros Estados também foram desmontados ao longo da segunda-feira (9), conforme a ordem de Moraes. De acordo com levantamento da CNN Brasil, ao menos 70 acampamentos já foram desmontados em todo o país.
Rio de Janeiro
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que não há mais qualquer ponto de concentração de pessoas no Estado do Rio de Janeiro.
O comando da Corporação ressalta que, ao longo da segunda-feira (09/01), foram desmobilizados os acampamentos localizados na frente da Base Naval, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, no Sul Fluminense e no Centro da Cidade do Rio de Janeiro, próximo ao Comando Militar do Leste.
"Cabe informar que as pessoas que estavam concentradas nessas áreas deixaram os locais por conta própria sem que fosse necessário o uso da força policial", informou a assessoria, em nota, à BBC News Brasil.
Belo Horizonte
A Guarda Municipal de Belo Horizonte desmontou na sexta-feira (6) o acampamento em frente ao Comando da Quarta Região Militar do Exército, após a agressão a um repórter fotográfico do jornal Hoje em Dia e a outros jornalistas no dia anterior.
Sobre os outros acampamentos, a Polícia Militar de Minas Gerais informou apenas que "monitora, por meio da Diretoria de Inteligência, todas as movimentações no Estado e que pontos sensíveis já estão sendo ocupados pela instituição para manutenção da ordem pública".
São Paulo
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou à BBC News Brasil que todos os pontos de acampamentos foram desmobilizados.
Paraná
Acampamentos antidemocráticos também foram desmontados em Curitiba, capital do Estado, no dia 9 de janeiro.
Em nota, o governo do Paraná, via Secretaria de Estado da Segurança Pública, afirmou que vem atuando desde o domingo (8) para impedir bloqueios em rodovias estaduais ou nos municípios. Também está dialogando com forças federais.
"Houve uma tentativa de bloqueio de acesso na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, mas ela foi desmobilizada após atuação rápida do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Duas pessoas foram presas no local. Lideranças estão sendo identificadas e seus nomes serão encaminhados para o Poder Judiciário."
"As forças de segurança também estão preparando as ações para desmobilização dos atos que ainda estão na frente dos quartéis, em respeito à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)."
Após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva no dia 1º de janeiro, acampamentos bolsonaristas já haviam sido espontaneamente desmontados em locais como Porto Alegre (RS), Juiz de Fora (MG) e Ariquemes (RO).
Mato Grosso do Sul
De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, havia apenas um acampamento, localizado em frente a sede do Comando Militar do Oeste, que foi desmontado na última segunda-feira (9).
Espiríto Santo, Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Santa Catarina também estão entre os estados que cumpriram a determinação de Moraes e desmontaram os acampamentos bolsonaristas.