Ararath: delator confirma em depoimento transações ilegais

4 jul 2014 - 15h41
(atualizado às 15h48)

O empresário Gércio Mendonça Júnior, preso pela Polícia Federal na primeira fase da Operação Ararath e beneficiado com a delação premiada, confirmou as negociações financeiras ilegais feitas entre ele e vários políticos de alto escalão em Mato Grosso em um longo depoimento de cerca de 6 horas na Justiça Federal nessa quinta-feira. A Ararath investiga crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.

“Ele só ratificou o termo, foi ouvido, foi questionado e tudo que foi perguntado ele respondeu”, resumiu o advogado dele Huendel Rolim. “Ele não será mais ouvido neste processo”.

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O ex-secretário de Estado de Fazenda, Éder Moraes, que desde 20 de maio está preso na Penitenciária Central da Papuda, em Brasília, é réu nessa ação, conduzida pelo juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso. Moraes é acusado de ser o articulador do esquema. Também são réus na ação a esposa de Moraes, Laura Tereza da Costa Dias, e o ex-secretário adjunto da Fazenda, Vivaldo Lopes, além do gerente do BicBanco em Cuiabá, Luiz Carlos Cuzziol, que também foi preso no dia 20 de maio. Cuzziol responde o processo em liberdade.

Mendonça Júnior já havia prestado depoimento quando obteve a delação premiada. Na ocasião, explicou como o esquema funcionava, revelando nomes. Ele citou, e agora reafirma, que, por intermédio de Éder Moraes, políticos pediam empréstimos de alto valor junto ao BicBanco, depositados, sem o devido conhecimento do Banco Central, principalmente na empresa dele, Amazônia Petróleo, que é do ramo de combustíveis.

O advogado de Éder Moraes, Paulo Lessa, disse, ao final do depoimento, que o delator em nada contribuiu com a defesa de seu cliente. “Ele elucidou sim, mas dentro daquilo que ele já tinha falado. Não fez acusações, mas descreveu fatos que envolviam o Éder no contexto das factorings”.

Éder também prestaria depoimento, mas como o interrogatório demorou muito, foi adiado para 24 de julho. Nessa data, ele ainda deve estar preso. Conforme o advogado Lessa, há pedidos de relaxamento de prisão “em instâncias superiores”. Porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) entrou em recesso no dia 1 e só volta a funcionar em agosto. A soltura só sai antes disso se um juiz plantonista apreciar e acolher o pedido de liberdade. Em seu favor, Éder Moraes vai contar com seis testemunhas.

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Inocentado

O depoimento de Júnior Mendonça beneficiou o ex-secretário adjunto da Fazenda, Vivaldo Lopes. Conforme o advogado dele, Ulisses Rabaneda, o réu assegurou que os depósitos reivindicados por Lopes eram para sanar a vida financeira do Mixto Esporte Clube. Lopes era dirigente do Mixto. “Ele  demonstrou que os depósitos foram legais”, reforçou Rabaneda.

Delator da Ararath confirma novamente em depoimento transações financeiras ilegais

Fonte: Terra
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