A Polícia Federal impediu nesta segunda-feira (11) o advogado argentino Juan Grabois, assessor do Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz, órgão que foi extinto em 2017 e incorporado ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, de visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A página do conselho permanece ativa, mas não é atualizada desde novembro de 2017. Grabois, cofundador do Movimento dos Trabalhadores Excluídos e da Confederação da Economia Popular, além de professor universitário, foi nomeado pelo papa Francisco como um dos 15 consultores do Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz em 11 de junho de 2016. Ele é presença frequente no Vaticano em encontros de movimentos sociais.
No entanto, com um "motu proprio" de 17 de agosto do mesmo ano, o Papa determinou o fim do órgão a partir de 1º de janeiro de 2017 e sua incorporação ao novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
"A partir dessa data, deixam de exercer suas funções e serão abolidos o Pontifício Conselho de Justiça e Paz, o Pontifício Conselho 'Cor Unum', o Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes e o Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde", diz o estatuto da pasta.
Em sua página oficial, o Instituto Lula descreve Grabois como "emissário do papa Francisco para assuntos de Justiça e Paz" e diz que ele pretendia levar ao ex-presidente um rosário mandado pelo próprio Pontífice.
Preso na carceragem da PF desde 7 de abril, Lula pode receber visitas para ajuda espiritual às segundas-feiras, mas o advogado argentino foi barrado por não ter função religiosa. Segundo o Instituto Lula, ele entregou o rosário às autoridades, que prometeram dá-lo ao ex-mandatário.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a PF negou a existência de qualquer presente para Lula. O Vaticano ainda não se pronunciou.
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