Ativista brasileira do Greenpeace deixa a prisão na Rússia

20 nov 2013 - 14h15
(atualizado às 15h20)
<p>Brasileira Ana Paula Maciel deixou a prisão nesta quarta-feira em São Petersburgo, na Rússia</p>
Brasileira Ana Paula Maciel deixou a prisão nesta quarta-feira em São Petersburgo, na Rússia
Foto: Dmitri Sharomov/Greenpeace / Divulgação

A brasileira Ana Paula Maciel deixou a prisão em São Petersburgo, na Rússia, nesta quarta-feira após pagar fiança. Segundo o Greenpeace, ela foi a primeira do grupo de 28 ativistas e dois jornalistas a ganhar a liberdade. A gaúcha havia sido detida em setembro junto com outras 29 pessoas por autoridades russas ao protestar contra exploração de petróleo no Ártico. Na terça-feira, o grupo participou de uma audiência judicial, que definiu que a brasileira vai responder o processo em liberdade. 

Ativista brasileira Ana Paula Maciel é libertada na Rússia
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Rosangela Maciel, mãe de Ana Paula, comemorou a notícia, mas ressaltou que a história ainda não chegou ao fim. "Meu coração de mãe sempre me disse para eu manter a fé. Mal posso esperar para ter minha amada filha nos meus braços e de volta a casa. Sabemos que o caso ainda não terminou, mas minha filha é uma guerreira e superará tudo isso no final", afirmou.

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"As imagens da nossa querida amiga Ana Paula saindo do Centro de Detenções é algo que milhões de pessoas ao redor do mundo vão receber como sinal de esperança. Esperamos que os outros 29 guerreiros tenham o mesmo destino, que possam voltar para suas famílias e que sua mensagem pelo Ártico alcance as pessoas", afirmou o diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo. "Porém, nenhum de nossos amigos estará, de fato, em liberdade enquanto as acusações continuarem de pé e enquanto eles não puderem voltar para suas casas", ponderou. 

Até o momento, a Justiça russa consentiu a liberdade provisória, sob fiança, a 18 pessoas do grupo – contando com Ana Paula. O pagamento de cada um está sendo providenciado pelos advogados. Onze pessoas ainda aguardam suas audiências. E um deles, o australiano Colin Russell, teve a prisão estendida por três meses. 

Todos, porém, continuam sob as acusações de vandalismo e pirataria. Ainda não foram divulgados pela Justiça russa os detalhes sobre as condições e restrições impostas àqueles que ganharem liberdade provisória. Não se sabe, portanto, se Ana Paula poderá deixar o país ou receber visitas. Essas informações devem ser esclarecidas nos próximos dias.

Enquanto isso, as audiências que vão determinar sobre a possível extensão do prazo de prisão preventiva dos demais ativistas continuam acontecendo durante esta semana. Nelas, o Comitê de Investigação russo pede o prolongamento das prisões por mais três meses, enquanto as investigações prosseguem.

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Acusações

Os 30 membros da tripulação do Arctic Sunrise foram detidos após um protesto no qual alguns tentaram escalar uma plataforma de petróleo. Eles foram encarcerados em Murmansk e depois transferidos para São Petersburgo (noroeste).

Os ativistas foram acusados de pirataria, e depois de vandalismo, sem que esteja claro se a primeira acusação tenha sido retirada. Se forem condenados por pirataria, os ativistas podem cumprir uma pena de até 15 anos de prisão, enquanto a pena por vandalismo pode chegar a sete.

A ação do Greenpeace tinha como objetivo denunciar os riscos da exploração de petróleo no Ártico, uma região com ecossistemas particularmente frágeis. A apreensão do navio do Greenpeace e a detenção dos ambientalistas desencadeou protestos em todo o mundo.

Fonte: Terra
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