Novos casos de Covid-19 continuam diminuindo na América do Norte, mas na América Latina as infecções ainda estão aumentando, principalmente no Brasil, onde um recrudescimento tem causado recordes de mortes diárias, disse a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) nesta quarta-feira.
"Estamos preocupados com a situação no Brasil. Isso é um lembrete sóbrio da ameaça de ressurgimento: áreas atingidas duramente pelo vírus no passado ainda estão vulneráveis a infecções hoje", disse a diretora-geral da Opas, Carissa Etienne, em entrevista coletiva virtual.
Ela afirmou que os casos estão aumentando em quase todos os Estados brasileiros, com o Amazonas especialmente atingido. (Gráfico: https://tmsnrt.rs/34pvUyi)
Uma nova variante descoberta no final do ano passado levou a um surto de novas infecções que sobrecarregaram o sistema de saúde no Estado, que continua enfrentando escassez generalizada de suprimentos médicos, incluindo oxigênio, segundo ela.
O Brasil precisa de medidas de saúde pública "muito rígidas" para conter o aumento de casos que está afetando as UTIs dos hospitais, disse o gerente de incidentes da Opas, Sylvain Aldighieri.
O país registrou um recorde de 1.972 mortes por Covid-19 em 24 horas na terça-feira, totalizando 268.370, segundo o Ministério da Saúde, o segundo maior número de mortes, atrás apenas dos Estados Unidos.
EUA e Canadá continuam registrando uma queda nos novos casos de Covid-19, disse a Opas. Cuba, Bahamas, Santa Lúcia e Guadalupe estão enfrentando um aumento nas infecções e, na América do Sul, Paraguai, Uruguai e Chile estão registrando um aumento de novos casos, enquanto Peru e Bolívia finalmente estão tendo declínios, segundo a Opas.
As vacinas começaram a chegar à América Latina, com 28,7 milhões de doses alocadas para a região nos próximos três meses, por meio do sistema Covax, liderado pela aliança Gavi e a Organização Mundial da Saúde, para fornecer acesso equitativo às vacinas.
Mas a Opas alertou que o fornecimento dos imunizantes é limitado, devido às restrições de fabricação e à alta demanda, e alguns países terão que esperar vários meses até que recebam as vacinas.
De acordo com uma contagem da Reuters, a América Latina registrou aproximadamente 22,3 milhões de casos de coronavírus e 704.000 mortes, quase o dobro do número de óbitos na Ásia e na África juntas.