O ex-deputado José Genoino (PT-SP) passou na tarde deste sábado por uma nova avaliação médica no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), em Brasília. O resultado do exame, que durou uma hora e meia, será usado para que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, decida se ele pode continuar a cumprir pena ao qual foi condenado no julgamento do mensalão do PT em casa ou se terá de voltar para a cadeia.
Segundo informações divulgadas pelo ICDF, o médico Luiz Fernando Junqueira Júnior comanda a junta médica que é composta por mais quatro especialistas da Universidade de Brasília (UnB). Ao contrário da primeira vez em que foi submetido à avaliação desta junta, desta vez Genoino passou apenas por exames clínicos, sem necessidade de avaliações mais complexas. Ainda não há previsão de quando o laudo será divulgado.
Os médicos também tiveram acesso a outros laudos e exames realizados no petista, como a da junta médica da Câmara dos Deputados. No último dia 2 de abril, os especialistas da Câmara negaram a solicitação de aposentadoria integral do ex-parlamentar. De acordo com o laudo, Genoino “não apresenta, no momento, a entidade médico-pericial ‘Cardiopatia Grave’ que resulte em incapacidade laborativa definitiva (invalidez)”. Ainda assim, ele conta com a aposentadoria proporcional por tempo de serviço, de R$ 20 mil.
A defesa do petista insiste que Genoino deve continuar em prisão domiciliar, uma vez que ainda apresentaria uma cardiopatia de risco. Isso porque, em julho do ano passado, ele foi submetido a uma cirurgia para tratar um caso de dissecção da aorta, uma grande artéria que sai do coração, de onde partem os ramos que levam o sangue para os tecidos do corpo. Ainda segundo a defesa, no caso de voltar à Papuda, se ocorrer qualquer problema com Genoino durante a noite ou no fim de semana, ele não teria como ser atendido de forma rápida.
Genoino chegou ao ICDF pouco depois das 14h acompanhado da mulher, de um filho, do médico particular e do advogado, Claudio Alencar, e teve de esperar cerca de 40 minutos até ser atendido pelos médicos. Ele foi condenado a quatro anos e oito meses por corrupção ativa e teve a prisão decretada em novembro do ano passado, quando chegou a ser levado para a Penitenciária da Papuda. Mas, por determinação de Barbosa, ganhou o direito de cumprir prisão domiciliar temporária. Durante o período em que ficou na Papuda, o ex-deputado passou mal e foi levado para um hospital particular. Desde então, tem cumprido a pena em uma casa alugada em Brasília.