BA: vereador desiste de participar do Mais Médicos em cidade a 262 km

Parlamentar chegou a se apresentar na cidade onde trabalharia, mas, por e-mail, desistiu de participar do programa

4 set 2013 - 21h54
(atualizado às 22h04)
O vereador de Ilhéus (BA) Roland Lavigne do Nascimento (PPS) resolveu comunicar nesta quarta-feira, por e-mail, a desistência do programa federal Mais Médicos, pelo qual iria atuar em Vitória da Conquista
O vereador de Ilhéus (BA) Roland Lavigne do Nascimento (PPS) resolveu comunicar nesta quarta-feira, por e-mail, a desistência do programa federal Mais Médicos, pelo qual iria atuar em Vitória da Conquista
Foto: Facebook / Reprodução

O vereador de Ilhéus (BA) Roland Lavigne do Nascimento (PPS) resolveu comunicar nesta quarta-feira, por e-mail, a desistência do programa federal Mais Médicos, pelo qual iria atuar em Vitória da Conquista, a 262 quilômetros de onde exerce a função parlamentar. A informação é da prefeitura de Vitória da Conquista.

Lavigne se apresentou à prefeitura de Vitória da Conquista na segunda-feira, junto com os médicos Rodrigo Leite Andrade, 24 anos, e Nadir Resende, 39 anos. Outros dois profissionais que deveriam se apresentar não o fizeram e foram considerados desistentes. A prefeitura pediu nove médicos ao Ministério da Saúde.

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Durante a apresentação, segundo a assessoria da prefeitura, ele não disse que era vereador em Ilhéus, e teria perguntado apenas a distância entre o local de trabalho e a cidade, e teria ficado “tranquilo” ao ser informado que a prefeitura daria transporte.

Ao ser questionado, na terça-feira, pela mídia local sobre como conciliaria as funções de médico e vereador, já que ele teria de atuar 40 horas semanais num posto de saúde da zona rural a 34 quilômetros da sede e estar em cinco das oito sessões ordinárias mensais da Câmara, que ocorrem às 16h de terças e quintas-feiras, Lavigne resolveu publicar em seu perfil no Facebook uma nota de desistência.

O médico-vereador escreveu que “diante da oferta de Posto de Saúde em zona rural, o que demandaria muito tempo com o deslocamento, resolvi solicitar o meu desligamento no programa e continuar exercendo meu cargo como vereador”.

Disse ainda que “minha mãe encontra-se internada na cidade de Vitória da Conquista há três meses e como tenho ido sistematicamente (a cidade) achei por bem me inscrever (no Mais Médicos). Já havia conversado com meu suplente de vereador na cidade de Ilhéus que uma vez assumisse o cargo no Mais Médico eu iria pedir afastamento na Câmara de Vereadores sem remuneração como prevê a Lei”.

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Em 2002, Lavigne teve o registro de médico cassado por um mês pelo Conselho Regional de Medicina da Bahia (CRM-BA), por ter feito ligadura de trompas em 23 índias pataxós, em troca de votos, quando estava em campanha para deputado federal pelo PMDB. O Terra tentou contato com Lavigne, mas o celular do parlamentar estava desligado.

ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS'
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios.
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: Especial para Terra
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