Banheiro da PUC-SP é pichado com frases de cunho sionista: 'PUC não é para árabe'

Um ou mais alunos também escreveu mensagens como 'a PUC é nossa' e a 'reitoria é nossa', acompanhadas de estrelas de David

19 mar 2025 - 15h17
(atualizado às 17h51)
Resumo
Um banheiro da PUC-SP foi pichado com mensagens de ódio contra árabes, gerando manifestações de repúdio por parte da comunidade acadêmica e pedidos por medidas cabíveis.
Banheiro da PUC-SP é pichado com frases de cunho sionista
Banheiro da PUC-SP é pichado com frases de cunho sionista
Foto: Divulgação/Fepal

Um banheiro do campus da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foi pichado com ameaças e mensagens de ódio contra árabes. Um ou mais alunos escreveram as frases "a PUC não é para árabe", "a PUC é nossa" e a "reitoria é nossa", acompanhadas de estrelas de David, símbolo associado ao judaísmo.

Também foi pichada a frase "hora de limpar PRI", que a Federação Árabe Palestina (Fepal) interpretou como uma referência aos professores do programa de Relações Internacionais. O caso, ocorrido na segunda-feira, 17, foi divulgado inicialmente pela Fepal e pelo coletivo Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP), da própria PUC-SP.

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A PUC-SP concluiu recentemente um processo de investigação de denúncias de antissemitismo feitas contra alunos e dois professores do curso de Relações Internacionais, Bruno Huberman e Reginaldo Nasser. Ao final da sindicância, a instituição afirmou não ter identificado situações que justificassem a aplicação de medidas disciplinares aos investigados.

Após as pichações no banheiro da PUC-SP se tornarem de conhecimento público, tanto Huberman quanto Nasser se manifestaram sobre o episódio nas redes sociais. Segundo Huberman, "diversos estudantes" da instituição já fizeram denúncias formais a instâncias cabíveis da universidade denunciando casos de racismo e islamofobia.

"Mês passado, uma pichação defendeu o bombardeio a Gaza. Agora, mais uma defende o extermínio de árabes da instituição e passa um recado ao nosso curso de Relações Internacionais”, escreveu. "Espero que as instâncias responsáveis da PUC-SP e da Fundação São Paulo tomem as medidas cabíveis para apurar estes seguidos crimes de racismo no ambiente universitário."

Nasser, por sua vez, afirmou ser o único professor descendente de árabe em Relações Internacionais e disse estar "muito orgulhoso de estar incomodando os sionistas". "Estou de prontidão", acrescentou.

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Nas redes sociais, os Centros Acadêmicos, entidades e coletivos da PUC-SP emitiram uma nota conjunta em que afirmam "repudiar, de forma veemente, as mensagens racistas e sionistas pichadas nas paredes" da instituição. Eles dizem que "esses atos não são incidentes isolados" e pedem que "a luta contra o racismo e o sionismo" sejam prioridade para a universidade, que não deve "se omitir diante do avanço dessas manifestações racistas."

Procurada pelo Terra, a Reitoria da PUC-SP afirmou que "repudia com veemência toda e qualquer manifestação discriminatória e racista, como a frase contra os povos árabes escrita anonimamente em um dos banheiros da Universidade, que já foi devidamente apagada". "Ofensas atrás de anonimato denotam covardia. Esse ato será apurado internamente com a maior urgência para que medidas cabíveis sejam tomadas", acrescentou.

Fonte: Redação Terra
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