Bolsonaro abre apoio a Lira e escancara inimizade com Maia

28 dez 2020 - 12h23
(atualizado às 19h48)

O presidente Jair Bolsonaro declarou em público nesta segunda-feira seu apoio à candidatura do líder do PP, Arthur Lira, à presidência da Câmara, e colocou o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) --que organizou o movimento contrário a Lira-- ao lado de seus inimigos tradicionais PT, PCdoB e PSOL.

29/11/2020
REUTERS/Pilar Olivares
29/11/2020 REUTERS/Pilar Olivares
Foto: Reuters

Bolsonaro deixou claro, em conversa com apoiadores na manhã desta segunda-feira, no Palácio da Alvorada, quem é seu candidato.

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"Vamos ter eleição na Câmara agora. Uma das chapas ali é o Rodrigo Maia e PT, PCdoB e PSOL. E tem uma outra chapa. Eu estou nessa outra. Não vou nem discutir. Se está de um lado PT, PCdoB e Rodrigo Maia, eu estou do outro lado", afirmou.

Na verdade, Maia conseguiu atrair os partidos de oposição para a formação de uma frente contra Lira, que é reconhecido na Câmara como o candidato de Bolsonaro, lançando o emedebista Baleia Rossi (SP) à presidência da Casa. O grupo, no entanto, não inclui apenas os partidos do bloco oposicionista --PT, PDT, PCdoB, Rede e PSB--, mas o DEM de Maia, MDB, PSDB, Cidadania, PV e parte do PSL não bolsonarista.

O PSOL não faz parte da frente e considera lançar uma candidatura própria.

Lira, que tem se tornado um dos aliados mais próximos do governo, uniu em torno de seu nome os parlamentares mais aliados ao governo e também o chamado centrão, de partidos como o PP, PTB, PSD, PL, Republicanos, entre outros, e obteve o apoio explícito de Bolsonaro.

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No início da noite, após participar do jogo beneficente "Natal Sem Fome", na Vila Belmiro, em Santos (SP), Bolsonaro voltou a abordar o assunto e defendeu que o grupo político de Lira não seja desqualificado, lembrando que ele mesmo participou de siglas do centrão, como o PP, o PTB e do PSC.

"Essa história de querer genericamente desqualificar parlamentares não é por aí", disse a jornalistas, destacando que o grupo político representa quase a metade dos votos da Câmara, o que facilitaria a aprovação de medidas que exigem um quórum qualificado, caso de Propostas de Emenda à Constituição (PECs).

Em outro tom na tarde desta segunda, Bolsonaro afirmou que dentre as duas principais candidaturas, "quem porventura ganhar eu vou dar os parabéns".

O presidente conta com a eleição de um aliado para tirar do papel pautas de costumes que foram até hoje barradas por Rodrigo Maia, como a ampliação do porte de armas, além da criação do voto impresso nas eleições.

Na conversa com apoiadores, Bolsonaro afirmou que pretende ver a aprovação da PEC do voto impresso com a mudança na Presidência da Câmara.

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"Se aprovar vai ser voto impresso em 2022", disse.

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