O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo, a uma multidão aglomerada, que acabou a "época da patifaria" e do que costuma chamar de "velha política".
Vestidas de verde e amarelo, portando bandeiras do Brasil e faixas -- uma delas dizia "Fora Maia", em referência ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), contra quem Bolsonaro abriu fogo direto na última semana --, as pessoas aplaudiam o presidente no Setor Militar Urbano da capital do país enquanto ele, da carroceria de uma caminhonete, chegou a interromper sua fala am alguns momentos para tossir.
"Nós não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás, nós temos um novo Brasil pela frente", disse à multidão, que também trazia faixas em defesa de uma intervenção militar.
"Todos, sem exceção no Brasil, têm que ser patriotas e acreditar e fazer a sua parte para que nós possamos colocar o Brasil no lugar de destaque que ele merece", continuou, aplaudido a cada frase pelos manifestantes, que vez ou outra gritavam frases contra o Congresso, o Supremo Tribunal Federa (STF), e também a favor do AI-5, o ato institucional editado durante a ditadura e que marcou o endurecimento do regime.
Nos ataques abertos contra Maia durante a semana, Bolsonaro chegou a afirmar que o presidente da Câmara não age como patriota e sugeriu que sua atuação tenha como objetivo tirá-lo da Presidência da República.
"Acabou a época da patifaria", disse Bolsonaro neste domingo. "Todos no Brasil têm que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro. Tenho certeza que todos nós juramos um dia dar a vida pela pátria. Vamos fazer o que for possível para mudar o destino do Brasil."
O presidente seguiu o discurso, muito aplaudido, e diz que fará "o possível" para mudar o destino do país, garantindo que a população pode contar com ele para fazer "tudo aquilo que for necessário" para manter a democracia e a "nossa liberdade".
"Chega (tosse novamente) da velha política", disse Bolsonaro.
O presidente realizou dois exames para verificar se havia sido contaminado pelo novo coronavírus, após vários integrantes de sua comitiva presidencial durante viagem aos Estados Unidos atestarem positivo para a doença.
Segundo o próprio presidente, os dois exames realizados tiveram resultado negativo para Covid-19. Ele se recusou a divulgar o laudo dos testes.