Bolsonaro diz preferir Eduardo no Brasil e fala em Foster para embaixada em Washington

22 out 2019 - 09h04
(atualizado às 09h19)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira preferir que seu filho Eduardo, indicado para assumir a embaixada brasileira em Washington, desista da cargo e permaneça no Brasil em seu posição de deputado federal pelo PSL para "pacificar seu partido".

Presidente Jair Bolsonaro chega para cerimônia de entronização do imperador japonês no Palácio Imperial em Tóquio
22/10/2019
Koji Sasahara/Pool via REUTERS
Presidente Jair Bolsonaro chega para cerimônia de entronização do imperador japonês no Palácio Imperial em Tóquio 22/10/2019 Koji Sasahara/Pool via REUTERS
Foto: Reuters

"Obviamente isso o Eduardo vai ter que decidir nos próximos dias, talvez antes de eu voltar ao Brasil, se quer ter seu nome submetido ao Senado para a embaixada ou não", disse Bolsonaro a jornalistas, durante a visita ao Japão.

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"No meu entender, (o melhor) é ele ficar no Brasil, até para pacificar o partido dele, ver o que pode catar de caco, por assim dizer. Porque teve gente ali que foi para o excesso", acrescentou, fazendo referência à guerra interna do partido, marcada por trocas de insultos entre parlamentares.

O presidente revelou que indicaria o filho para a embaixada nos Estados Unidos no início de julho, um dia depois de Eduardo completar 35 anos -- a idade mínima para o cargo. No entanto, apesar de o governo norte-americano já ter dado o agrèment --uma espécie de aceite do país anfitrião--, até hoje o Planalto não enviou a mensagem para o Senado porque Eduardo não teria os votos suficientes para ter sua indicação aprovada.

Nos últimos dias, Eduardo se tornou peça central na crise que envolve o PSL, tendo sido indicado para assumir a liderança do partido na Câmara pelo grupo bolsonarista do partido, em uma briga aberta com o ex-líder Delegado Waldir (GO), que é ligado ao presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE).

Na segunda-feira, depois de uma guerra de listas de assinatura para nomeação de líder, o grupo bolsonarista conseguiu 29 assinaturas (uma delas não confirmada pela Câmara) e Waldir cedeu, liberando a liderança para Eduardo. O mínimo necessário eram 27.

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O filho do presidente, no entanto, está longe de ser um consenso no PSL.

Eduardo, em tese, estaria na liderança até o final do ano. Na volta do recesso parlamentar, em fevereiro, o partido teria que fazer uma eleição. Ao assumir a liderança agora, Eduardo teria que adiar a ida para Washington por mais algum tempo, sendo que o Brasil já está sem embaixador nos Estados Unidos desde abril.

Em conversa com a Reuters, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou na segunda-feira que há hoje uma situação de "absoluto equilíbrio" e não é possível dizer se Eduardo seria aprovado ou não. Outros senadores avaliam a situação como "muito difícil". [nL2N2760NF]

Bolsonaro disse ainda, em Tóquio, que no caso de Eduardo desistir da embaixada, poderia indicar para o cargo Nestor Foster, o atual encarregado de negócios em Washington.

"Nós temos lá o Nestor Foster. Ele é um bom nome. Obviamente o Eduardo desistindo que eu mande o nome dele ao Senado, tendo em vista a importância política dele dentro do partido, o Foster é um bom nome para ser consolidado lá", disse o presidente aos jornalistas.

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Amigo do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e ligado a Olavo de Carvalho, Foster foi promovido ao topo da carreira em junho deste ano, em preparação para a indicação ao cargo de embaixador, mas foi surpreendido pela decisão do presidente de apontar o filho.

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