Bolsonaro diz que assina nesta 3ª MP de recursos para vacinas

15 dez 2020 - 09h42
(atualizado às 09h49)

O presidente Jair Bolsonaro disse que deve assinar nesta terça-feira a medida provisória que irá liberar 20 bilhões para compra de vacinas contra a Covid-19, mas ressaltou mais uma vez que o uso não será obrigatório no país e quem quiser tomar o imunizante terá de assinar um termo de responsabilidade.

Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto
26/11/2020 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto 26/11/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Devo assinar nesta terça-feira a medida provisória de 20 bilhões de reais para comprar vacinas", disse o presidente em conversa com apoiadores na noite de segunda, no Palácio da Alvorada.

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O governo tenta negociar com fabricantes, especialmente a Pfizer, cujo imunizante já está em uso no Reino Unido e nos Estados Unidos, a compra de doses de vacina para além do acordo com a Astrazeneca/Oxford, cujos testes clínicos ainda não foram finalizados.

Bolsonaro, no entanto, resiste à ideia das vacinas e defende que a aplicação dos imunizantes não seja obrigatória. Por mais de uma vez, questionou especialmente a vacina CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, que está sendo testada pelo Instituto Butantan, ligada ao governo paulista.

A seus apoiadores, na noite de ontem, voltou a dizer que só quem quer deverá tomar e ainda afirmou que há riscos e quem decidir pela vacina terá que assinar um termo de responsabilidade.

"E detalhe, não obrigatória, vocês vão ter que assinar um termo de responsabilidade para tomar. Porque a Pfizer, por exemplo, é bem clara no contrato: 'nós não nos responsabilizamos por efeitos colaterais'", disse. "Tem gente que quer tomar, então tome. A responsabilidade é tua. Quer tomar, toma. Se der algum problema por aí... Espero que não dê."

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O próprio presidente, que já teve Covid-19, diz que não irá tomar, enquanto outros líderes, como os ex-presidentes norte-americanos Bill Clinton, Barack Obama e George W. Bush, além da rainha da Inglaterra, Elizabeth, e seu marido, príncipe Philip, já informaram que serão imunizados.

Pesquisas mostram que a postura de negação de Bolsonaro tem feito aumentar o número de pessoas que afirmam que não tomará vacina contra Covid-19. O último levantamento do Datafolha, divulgado este domingo, mostra que 22% dos entrevistado não pretende tomar a vacina. Em agosto esse índice era de 9%

Ao conversar com apoiadores, Bolsonaro afirmou, sem ter nenhuma evidência, que a vacina pode causar problemas justamente para os grupos prioritários para a vacina --idosos e pessoas com comorbidades-- porque correm mais riscos ao contrair a Covid-19.

"Para quem está bem fisicamente não tem que ter muita preocupação. Agora, a preocupação é idoso, quem tem doença, pessoal gordinho também", disse.

As vacinas mais avançadas em testes clínicos têm mostrado segurança, de acordo com resultados destes testes publicados em revistas científicas internacionais.

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Bolsonaro voltou a defender um suposto "tratamento precoce" com medicamentos que não mostraram nenhuma evidência científica de terem efeito sobre a Covid-19.

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