O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira a realização de uma reunião para tratar de políticas para a Amazônia entre os países da região, com exceção da Venezuela, que deve acontecer no dia 6 de setembro em Letícia, cidade colombiana na fronteira com o Amazonas.
O presidente também revelou, após breve encontro com o presidente do Chile, Sebastian Piñera, que o Brasil aceitou receber quatro aviões chilenos para ajudar no combate às queimadas na Amazônia.
Bolsonaro ainda voltou a dizer que só conversará com o governo francês sobre ajuda à Amazônia se o presidente do país, Emmanuel Macron, se retratar por tê-lo chamado de mentiroso e por ter "relativizado a soberania brasileira na Amazônia".
Bolsonaro já tinha exigido desculpas de Macron na véspera para aceitar a ajuda de 20 milhões de dólares que o G7 ofereceu ao Brasil, mas ao longo do dia, criticado por parlamentares e pressionado pelos governadores da região, disse que aceitaria o dinheiro com a condição de o Brasil decidir onde e como seria usado.
"No tocante ao governo francês, o fato de me chamar de mentiroso e por duas vezes ter dito que a soberania do Brasil tem que ser relativizada, somente depois de ter se retratado do que falou sobre a minha pessoa, que representa o Brasil, e bem como o espírito patriótico do povo brasileiro, que não aceita essa relativização da soberania da Amazônia. Em havendo isso, daí sem problemas voltamos a conversar", disse Bolsonaro depois de encontro com Piñera, que parou em Brasília após participar como convidado do encontro do G7 em Biarritz (França).
Bolsonaro voltou a criticar Macron, a quem acusou de querer "se capitalizar" aparecendo como único defensor da Amazônia.
"Essa inverdade do Macron ganhou força porque ele é de esquerda e eu sou de centro-direita", disse Bolsonaro.
Ao ser lembrado que, na verdade, o presidente francês pertence a uma coalizão de centro na França, Bolsonaro respondeu ao jornalista que, para ele, Macron não era e, irritado, encerrou a entrevista.