O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, durante visita à China, que pode decidir deixar seu partido, o PSL, caso a legenda não adote a transparência como prática, e alfinetou a ala da sigla que se alinhou ao presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PE).
"O que nós pretendemos é que a palavra mágica 'transparência' seja colocada em prática no PSL. Caso contrário, se não for possível, daqui a algumas semanas, eu tomarei uma outra decisão", disse o presidente, que mais uma vez não descartou a possibilidade de deixar a legenda, à qual se filiou para disputar a Presidência no ano passado.
"É igual um problema de casal, a gente tenta reconciliar. Se a falta cometida por um dos dois não for tão grave assim, continua o casamento. Caso contrário, eles vão continuar com o charme Luciano Bivar", cutucou Bolsonaro.
O presidente tem travado uma guerra interna no PSL com Bivar que tem como motivo velado o controle sobre o fundo eleitoral que a legenda --um partido nanico até a eleição do ano passado e que hoje tem a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados-- terá à disposição na eleição municipal do ano que vem, da ordem de 200 milhões de reais.
Bolsonaro afirmou que boa parte da bancada parlamentar do PSL foi eleita graças a ele e questionou a ala da legenda que, depois de se beneficiar de seu apoio no pleito do ano passado, agora, de acordo com o presidente, "mudou de lado".
"Tem gente que esteve comigo 100% no ano passado e agora quase 50% resolveu mudar de lado. Queria saber qual o charme, qual o perfume que o outro lado está usando", disse Bolsonaro.