Bolsonaro diz que pode pedir a Trump mais hidroxicloroquina

Bolsonaro é um dos principais defensores do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19

6 ago 2020 - 20h52
(atualizado em 7/8/2020 às 07h26)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (6) em transmissão pelas redes sociais, que o país tem um estoque reduzido de comprimidos de hidroxicloroquina, e destacou que, se for preciso, pode ligar para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pedir nova remessa do medicamento.

Bolsonaro é um dos principais defensores do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, apesar de pesquisas dentro e fora do país já terem descartado eficácia no tratamento à doença causada pelo novo coronavírus. As drogas, sugerem estudos, ainda provocam fortes efeitos adversos em pacientes.

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"Aceitei do presidente Trump a doação de 1 milhão de comprimidos, que ainda não foram distribuídos porque a cartela deles tem 100 comprimidos", disse.

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e presidente Jair Bolsonaro no resort de Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida
07/03/2020
REUTERS/Tom Brenner
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e presidente Jair Bolsonaro no resort de Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida 07/03/2020 REUTERS/Tom Brenner
Foto: Reuters

"E se o Trump, nós tivermos necessidade aqui de mais comprimidos, pode ser que haja mais necessidade, eu não tenho problema nenhum de ligar para o presidente norte-americano, se tiver mais, manda para nós, a gente manda um avião buscar ou ele manda um avião para cá e a gente distribui esse material aí".

Apesar da enfática defesa do presidente da hidroxicloroquina, comprimidos da droga doados ao Brasil pelo governo dos EUA e por um laboratório foram enviados ao laboratório do Exército, depois que secretários estaduais de Saúde se posicionarem contra o uso do medicamento.

Os comprimidos precisam ser fracionados em cartelas menores, de acordo com as regulamentações para uso no Brasil.

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Bolsonaro também afirmou na transmissão ao vivo que se recuperou da Covid-19 graças ao uso da hidroxicloroquina, assim como muitos de seus ministros, segundo ele.

O presidente ainda voltou a criticar o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta por ter se posicionado contra a prescrição ampliada da hidroxicloroquina. Mandetta, que foi demitido em abril, só concordava com o uso da droga para casos graves.

"Ele (Mandetta) foi radicalmente contra" disse Bolsonaro, ao acrescentar que a mudança da orientação do ministério foi uma sugestão, não uma imposição dele.

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