Uma comitiva de 10 pessoas, chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, parte para Israel na manhã de sábado em busca de um acordo para trazer ao Brasil a pesquisa sobre um spray nasal que, em testes iniciais, teria ajudado na recuperação de pacientes graves e moderados de Covid-19.
De acordo com informações do Itamaraty, a comitiva --que terá representantes dos ministérios das Relações Exteriores, Saúde, Ciência e Tecnologia, Comunicações, além da Presidência da República e da Câmara dos Deputados-- parte às 11h e terá, em Israel, encontros com representantes do Centro Médico Sourasky, que estuda o uso do spray nasal contra Covid-19.
Entre os representantes brasileiros, nomes próximos ao presidente, como o assessor para assuntos internacionais, Filipe Martins.
Mais recente obsessão do presidente Jair Bolsonaro, o spray, um medicamento já existente usado para outras doenças, foi testado em 30 pessoas, que registraram melhora do quadro de infecção. Agora, o país irá iniciar uma pesquisa em fase 3 do produto --a fase ampla, com milhares de voluntários, necessária para se comprovar a eficácia-- e o Brasil pretende participar da pesquisa a mando de Bolsonaro.
Apesar no número ínfimo de pessoas que usaram o medicamento até agora, o presidente tem tratado o spray como "milagroso", e reclama de críticas ao seu investimento em mais um medicamento ainda sem eficácia comprovada.
"O que é esse spray? Não sei. Mas o que acontece? Esse produto, há dez anos, estava sendo investigado, estava sendo estudado lá em Israel para outro tipo de vírus. E usou isso daí em 30. Em 29 deu certo. O último demorou um pouco mais, mas também segurou. Parece que é um produto milagroso, parece. Nós vamos atrás disso", disse na última quinta-feira.