Bolsonaro manda recado ao STF para que respeite liberdade de opinião dos parlamentares

28 ago 2018 - 13h19
(atualizado às 13h38)

O candidato do PSL à Presidência, deputado Jair Bolsonaro, mandou um recado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, ao afirmar que os ministros da corte precisam respeitar o artigo 53 da Constituição, que fala da inviolabilidade de opiniões, palavras e votos de parlamentares.

Candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, durante ato de campanha no Rio de Janeiro 27/08/2018 REUTERS/Ricardo Moraes
Candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, durante ato de campanha no Rio de Janeiro 27/08/2018 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Nesta tarde, a 1ª Turma do STF deve julgar se aceita denúncia contra o presidenciável por acusação de racismo. Para Bolsonaro, o STF não é a representação religiosa do Brasil e a corte tem de entender e respeitar as opiniões dos brasileiros.

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"É um recado ao STF, respeite o artigo 53", disse ele em visita a uma central de abastecimento de alimentos na zona norte do Rio de Janeiro.

Bolsonaro destacou que se for eleito presidente terá direito a indicar três novos ministros do STF, e avaliou que isso será importante para equilibrar a composição do tribunal.

O deputado, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), negou mais uma vez que seja racista, ao usar o exemplo do sogro que é conhecido como Paulo Negão, ou que seja homofóbico, mas disse que nenhum pai ou mãe quer ter um filho homossexual.

"Alguém aqui quer chegar em casa e encontrar o Joãozinho brincando de boneca?", perguntou.

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A reclamação do candidato do PSL ao STF foi além. Embora tenha dito que respeita as posições da corte, não deixou de provocar os ministros do STF ao comentar as discussões em torno da prisão em segunda instância.

"Eles estão agora na iminência de reinterpretar a pena de segunda instância para colocar tudo mundo para fora", disse Bolsonaro.

Na véspera, o STF já tinha sido alvo do parlamentar, que acusou a corte de tentar legislar no país, citando como exemplo a análise em torno da descriminalização do aborto, e acrescentou que o papel do Supremo é proteger a Constituição, e não ser uma instituição com super poderes.

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