Novo ministro da Justiça, André Mendonça era advogado-geral da União e tem interlocução com ministros do STF. Alexandre Ramagem, nomeado como diretor-geral da PF, é amigo de Carlos Bolsonaro.O presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta terça-feira (28/04) o advogado André Luiz de Almeida Mendonça como sucessor do ex-juiz federal Sergio Moro no cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública. O presidente também confirmou o delegado Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal. Ambas as nomeações foram publicadas no Diário Oficial da União.
As duas substituições ocorrem após Bolsonaro exonerar o diretor-geral da PF Maurício Valeixo, que havia sido indicado por Moro, levando à demissão do ex-juiz da Lava Jato da pasta da Justiça. Moro acusou o presidente de interferência política na PF.
Mendonça comandava até agora a Advocacia Geral da União (AGU), a qual integrava desde 2000, e será substituído pelo até então procurador-geral da Fazenda, José Levi do Amaral. O novo ministro da Justiça é pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília e atuou como advogado na Petrobras entre 1997 e 2000.
Mendonça foi escolhido para o cargo de titular da AGU logo após a eleição de Bolsonaro, em novembro de 2018. Segundo o portal G1, ele tem interlocução com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o qual nesta segunda-feira autorizou um inquérito sobre as declarações feitas por Moro em seu pronunciamento de demissão.
Ramagem, por sua vez, ocupava o cargo de diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e é amigo dos filhos do presidente, especialmente do vereador Carlos Bolsonaro.
Segundo divulgou o jornal Folha de S. Paulo no último fim de semana, a PF identificou Carlos como um dos líderes de um esquema criminoso de produção e propagação de notícias falsas, de acordo um inquérito sigiloso conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A Folha apontou que os investigadores da PF não têm dúvidas de que a decisão do presidente Bolsonaro de exonerar o diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, e pressionar o Ministério da Justiça a substitui-lo por um nome mais dócil aos interesses do Planalto está ligada às conclusões do inquérito. De acordo com a Folha, além de identificar Carlos, a PF investiga a participação de outro filho do presidente, o deputado Eduardo, no esquema de fake news.
LPF/ots
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