Depois de repetidamente afirmar que a reação à epidemia de coronavírus era uma histeria e que haveria interesses econômicos por trás da atenção que estava sendo dada a isso, o presidente baixou o tom, dizendo que apenas quer evitar o pânico entra a população e prometeu uma entrevista conjunta com os líderes do Legislativo e do Judiciário na quarta-feira.
"A minha mensagem é para que não se apavorem. Nós vamos ter que passar por essa onda. Agora, se o pânico chegar no meio da população tudo fica pior. Eu estou preocupado com a questão humanitária, de vidas, mas também com a questão econômica", disse.
"Não pode ter histeria, se for para a histeria as consequências podem ser as piores possíveis. Tem que ter calma, vai passar."
O presidente informou ainda que convidou os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado e Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, o Procurador-geral da República, Augusto Aras, do Tribunal de Contas da União, José Mucio Monteiro, para uma entrevista conjunta à imprensa na noite de quarta-feira.
"Para demonstrar a todos vocês que estamos unidos para combater o bom combate em uma causa comum, que é a questão do vírus que chegou, mas não é motivo de pânico. Essa sempre foi minha posição", disse.
O encontro dos líderes dos três Poderes se dá após as manifestações no domingo, que foram estimuladas por Bolsonaro e que tiveram, entre seus pontos centrais, ataques contra justamente Maia, Alcolumbre e Toffoli.
Bolsonaro voltou a dizer que se a economia brasileira parar, o que pode acontecer com a decretação de quarentena, a situação econômica pode matar ainda mais pessoas que o vírus.
O presidente disse ainda que dará uma outra entrevista, no início da tarde de quarta, com seus ministros, depois de mais uma reunião do gabinete de crise sobre o coronavírus.