O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira que vai tentar garantir a sua candidatura até "os 48 do segundo tempo", mas admitiu a possibilidade de sua esposa, Michelle, concorrer caso seja mantida sua inelegibilidade, e de ele ocupar um dos principais ministérios do governo, a Casa Civil, se a ex-primeira-dama for vitoriosa.
"Não tenho problemas, seria também um bom nome com chances de chegar. Obviamente, ela me colocando como ministro da Casa Civil, pode ser", disse o ex-presidente em entrevista à CNN Brasil, questionado sobre a possibilidade de Michelle disputar o Planalto no seu lugar.
Pesquisa do instituto MDA para a Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgada em novembro do ano passado apontava que ex-primeira-dama é quem mais se aproximaria em intenção de voto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2026 se o ex-presidente Jair Bolsonaro continuar impedido de concorrer.
Segundo a sondagem, Michelle se sairia melhor do que o influenciador Pablo Marçal (PRTB) e do que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
No cenário com a ex-primeira-dama, Lula fica à frente com 34,1% das intenções de voto, enquanto Michelle soma 20,5%. No caso em que o próprio Bolsonaro aparece na disputa, Lula tinha 35,2% e o ex-presidente, 32,2%. A margem de erro da pesquisa era de 2,2 pontos percentuais.
Bolsonaro foi declarado inelegível por 8 anos em junho de 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político ao se utilizar de seu cargo e da estrutura da Presidência da República para, em reunião com embaixadores, levantar suspeitas infundadas contra o sistema eleitoral brasileiro.
Posteriormente também foi declarado inelegível ao ser condenado por abuso de poder político, uso indevido de meios de comunicação e conduta vedada nas comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil em 2022.
Confrontado com outros possíveis candidatos que representem a direita na entrevista desta quinta-feira, Bolsonaro citou os filhos -- Flávio e Eduardo -- como bons nomes para a disputa. Perguntado sobre a viabilidade do governador de São Paulo, o ex-presidente afirmou que ele é um "excelente gestor", mas seria necessário avaliar sua popularidade para aferir "se ele está maduro para representar a direita ou não".