O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar nesta segunda-feira a apoiadores que cabe às Forças Armadas decidir se um povo vai viver na democracia ou na ditadura, renovando a polêmica criada com declarações semelhantes sobre o papel dos militares.
"Nós, militares, somos o último obstáculo para o socialismo. Quem decide se um povo vai viver na democracia ou na ditadura são as suas Forças Armadas. Não tem ditadura onde as Forças Armadas não a apoiam. No Brasil, temos liberdade ainda, se nós não reconhecemos o valor desses homens ou mulheres que estão lá, tudo pode mudar", disse ele, em transmissão feita pelas redes sociais.
Em setembro do ano passado, Bolsonaro afirmou que as Forças Armadas são "os verdadeiros guardiões" da democracias.
"Nós --Marinha, Exército e Aeronáutica-- o povo bem comprova que nós estamos no caminho certo e que nós somos os verdadeiros guardiões da nossa democracia e tudo faremos pela nossa liberdade", discursou Bolsonaro durante cerimônia de formatura do curso de sargentos da Marinha.
Pouco depois de assumir a Presidência, Bolsonaro afirmou em março de 2019 que "democracia e a liberdade só existem quando as Forças Armadas querem".
Potencial adversário de Bolsonaro na sucessão de 2022, o governador de São Paulo, João Doria, rebateu o presidente em sua conta no Twitter.
"Como se não bastasse a incompetência generalizada do seu governo desastroso, Bolsonaro volta a ameaçar a democracia do Brasil. Sua índole autoritária tem o repúdio dos brasileiros de bem, que condenam sua tentativa de violar nossa Constituição. Cala-te Bolsonaro", disse.