Brasil aceita ajuda do Reino Unido para combater queimadas

Governo britânico ofereceu 10 milhões de libras para esforços contra incêndios na Amazônia

28 ago 2019 - 06h56
(atualizado às 08h53)

O governo brasileiro aceitou uma doação de 10 milhões de libras (cerca de 51 milhões de reais) do Reino Unido para o combate às queimadas na Amazônia, informaram nesta terça-feira (27/08) o Ministério das Relações Exteriores e o Palácio do Planalto.

O envio havia sido anunciado pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, na segunda-feira (26), após a reunião dos líderes do G7. "Numa semana em que todos nós observamos, horrorizados, a Amazônia queimar perante nossos olhos, não podemos fugir à realidade dos danos que infligimos à natureza", afirmou o premiê em nota.

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Queimada na Floresta Nacional de Jacundá, em Porto Velho, em foto de 26 de agosto
Queimada na Floresta Nacional de Jacundá, em Porto Velho, em foto de 26 de agosto
Foto: DW / Deutsche Welle

A oferta foi formalizada em telefonema entre o secretário de Estado britânico, Dominic Raab, e o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, na condição de que o dinheiro seja aplicado sob orientação do governo brasileiro. As questões técnicas envolvendo o emprego desse recursos ainda não foram decididas pelas autoridades brasileiras.

O aceite da ajuda britânica ocorre em meio a uma prolongada troca de farpas entre o presidente Jair Bolsonaro e o líder francês, Emmanuel Macron, tendo como pano de fundo a situação na Amazônia.

Bolsonaro chegou a dizer que apenas aceitaria a ajuda de 20 milhões de dólares (82,5 milhões de reais) oferecida pelos países do G7 e anunciada por Macron após a cúpula do último fim de semana, em Biarritz, se o presidente francês retirasse os "insultos" proferidos contra a sua pessoa.

Após a enorme repercussão de um comentário ofensivo feito pelo brasileiro sobre a primeira-dama da França, Macron elevou o tom das críticas e disse esperar que os brasileiros "tenham logo um presidente à altura do cargo".

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O líder francês havia dito na sexta-feira passada que Bolsonaro mentiu ao assumir compromissos em defesa do meio ambiente e que a França se opõe ao acordo de livre-comércio entre União Europeia (UE) e Mercosul em razão das políticas de Brasília para o meio ambiente.

Após a condição imposta por Bolsonaro, o Palácio do Planalto suavizou o posicionamento do governo. Nesta terça-feira, o porta-voz do presidente, Otávio Rêgo Barros, disse que o Brasil "não rasga dinheiro" e que o país "está aberto a receber dos órgãos internacionais, dos países, verbas, desde que a governança seja nossa".

"Esses apoios e esses recursos financeiros devem ser acolhidos pelo governo brasileiro. E pelo governo brasileiro, pela governança brasileira, ser empregados", disse Rêgo Barros.

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