Brasil confirma segundo caso do novo coronavírus

29 fev 2020 - 19h48
(atualizado às 19h57)

Ministério da Saúde anuncia segunda infecção por Sars-CoV-2 em São Paulo, também importada da Itália. Segundo a pasta, não há evidências de circulação do vírus no país. EUA confirmam primeira morte ligada à doença.O Ministério da Saúde informou neste sábado (29/02) que foi confirmado o segundo caso importado de infecção pelo coronavírus Sars-CoV-2 no país. Assim como na primeira ocorrência, o paciente está em São Paulo e retornou da Itália recentemente.

Em rede social, a pasta destacou que não há evidências de circulação do vírus em território nacional. O ministério foi notificado sobre o caso pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

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Segundo a imprensa brasileira, o paciente chegou de Milão na última quinta-feira e foi trabalhar no mesmo dia. Após apresentar febre e dores muscular e de cabeça, procurou atendimento. O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, realizou exames no paciente na sexta-feira, confirmando a infecção por coronavírus neste sábado.

A mídia afirma que o infectado está em isolamento domiciliar com sua mulher, que o acompanhou na viagem à Itália, mas não apresenta sintomas.

O último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na sexta-feira, afirmou que o Brasil investiga 182 casos suspeitos de coronavírus, enquanto outros 71 foram descartados.

O primeiro caso da doença Covid-19 no Brasil foi confirmado na última quarta-feira, sendo também o primeiro caso na América Latina. O paciente é um homem de 61 anos, residente em São Paulo, que viajou a trabalho à Itália de 9 a 21 de fevereiro.

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Em nota na quarta-feira, o Hospital Albert Einstein afirmou que o paciente "encontra-se em bom estado clínico e sem necessidade de internação, permanecendo em isolamento respiratório que será mantido durante os próximos 14 dias", o que corresponde ao período de incubação do vírus.

O paciente está em casa. "A equipe médica segue monitorando-o ativamente, assim como as pessoas que tiveram contato próximo com ele", disse o hospital.

Mais cedo neste sábado, o Ministério da Saúde informou que vai alterar o fluxo de notificação dos casos suspeitos do novo coronavírus a partir da próxima segunda-feira, 2 de março. Com a mudança, a pasta vai deixar de centralizar as informações e passar a considerar integralmente as classificações informadas pelas secretarias estaduais.

Até então, cada notificação era reanalisada pela equipe da pasta. "A ação de descentralização da consolidação dos casos busca dar agilidade de resposta à doença", explicou o órgão.

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Segundo o ministério, o novo fluxo foi acordado com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). A pasta informou ainda que as equipes dos ministérios vêm treinando os estados, ao longo das últimas semanas, para consolidar os dados sobre notificação de casos suspeitos.

"A partir de agora, as secretarias estaduais ficarão responsáveis por fazer a análise dos seus casos. Depois enviarão os dados mais refinados para o Ministério da Saúde", explicou o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo.

Um procedimento similar já havia sido adotado em relação aos laboratórios que realizam exames para detectar o Sars-CoV-2019. Inicialmente, o diagnóstico era realizado apenas pela Fiocruz, no Rio de Janeiro. Hoje, também são considerados o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, o Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, e o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) de Goiás.

Casos na América Latina

Após o Brasil, o coronavírus chegou a outros países latino-americanos. O México já tem quatro casos confirmados, após o anúncio de uma nova infecção neste sábado, de uma jovem de 20 anos do estado de Coahuila que viajou à Itália entre janeiro e fevereiro.

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Os outros três casos são homens, dos quais dois (de 35 e 59 anos) estão na Cidade do México e um (de 41 anos) está no estado de Sinalefa. Os três participaram de um congresso na cidade italiana de Bergamo, onde tiveram contato com um local que contraiu o vírus na Malásia.

O Equador, por sua vez, confirmou o primeiro caso de coronavírus no país neste sábado, sendo o segundo país da América do Sul a registrar a doença. A paciente é uma mulher equatoriana de mais de 70 anos que vive na Espanha e retornou ao país há cerca de 15 dias.

Mundo em alerta

Ao todo, o novo coronavírus já infectou 85.403 pessoas, segundo informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) neste sábado. Desse total, 79.394 infecções foram registradas na China e 6.009, em outros países. Mais de 60 nações já foram afetadas.

Essa contagem indica que nas últimas 24 horas foram registrados 1.753 novos casos, sendo 435 na China e 1.318 em outros países.

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A OMS também informou que a doença Covid-19 já causou 2.838 mortes na China e 86 fora do país - ou seja, 47 e 19 a mais do que na véspera, respectivamente.

O vírus está se espalhando mais rapidamente na Coreia do Sul, que registrou 813 novos casos neste sábado - seu maior aumento diário até agora -, com o país totalizando 3.150 infecções.

A Itália é o país mais afetado pelo coronavírus na Europa, com crescimentos exponenciais no número de casos. Neste sábado, o país confirmou um total de 1.128 pessoas infectadas - sendo 240 novos casos nas últimas 24 horas - e 29 mortes.

Neste sábado, os Estados Unidos confirmaram a primeira morte ligada ao vírus no país, no estado de Washington. Já são 62 casos confirmados de infecção no território americano, a maioria oriunda de um navio de cruzeiro. Diante disso, o governo anunciou uma expansão nas restrições de viagem, que afetam Irã, Itália e Coreia do Sul.

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EK/abr/dpa/ap/efe/ots

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