Brasil poderia ser 1º a vacinar no mundo, diz Dimas Covas

Presidente do Instituto Butantan afirmou que a primeira oferta de CoronVac foi feita em julho de 2020

27 mai 2021 - 10h36
(atualizado às 10h42)

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta quinta-feira à CPI da Covid que em julho de 2020 foram oferecidas ao governo federal 60 milhões de doses da CoronaVac, a serem entregues ainda no último trimestre do ano passado, e que o Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a começar a imunização contra a covid-19, mas não houve resposta por parte do Ministério da Saúde.

Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, presta depoimento na CPI da Covid
Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, presta depoimento na CPI da Covid
Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado

Segundo Covas, em agosto o Butantan pediu ainda apoio do governo federal em recursos para o estudo clínico da vacina da chinesa Sinovac no Brasil e 80 milhões de reais para reforma do laboratório para ampliar a capacidade de produção, o que também não teve resposta.

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Covas confirmou ainda que as negociações avançaram a partir de outubro, com a promessa de entrega de 100 milhões de doses, e intensas negociações entre as equipes técnicas do ministério e do instituto. O presidente do Butantan disse que chegou a ser convidado pelo então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para um evento em que a CoronaVac seria anunciada como "vacina do Brasil", mas que o acordo foi desfeito após declaração do presidente Jair Bolsonaro.

"O outro dia de manhã, infelizmente, essas conversações não prosseguiram porque houve uma manifestação do presidente da República dizendo que a vacina não seria incorporada", disse Covas.

Segundo ele, o atraso na negociação com ministério atrasou o cronograma e o Brasil perdeu posição na lista de atendimento por parte da SinoVac, o que levou a um atraso em todo o fornecimento e no início da vacinação, que só ocorreu em janeiro deste ano.

"O Brasil poderia ter sido o primeiro país a começar a vacinação não fossem esses percalços", afirmou. "Poderíamos ter começado antes, seguramente, se houvesse agilidade maior de todos os atores, se tivéssemos trabalhado juntos".

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